Sequestro é solucionado em 5 horas
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quinta-feira, 10 de fevereiro de 2000
James Alberti
De Curitiba
A menina Jaqueline Alvina Oliveira Costa, 6 anos, foi sequestrada ontem, por volta das 13 horas, de frente da residência de sua família, que fica na Rua Tenente Antônio Pupo, 25, no bairro Xaxim. A menina vivia com a mãe e a avó e foi levada por um carro branco, segundo uma vizinha, a dona de casa Aparecida do Prado Inácio, única testemunha do sequestro.
Às 18 horas de ontem a criança já havia sido encontrada por agentes do Serviço de Investigações de Crianças Desaparecidas (Sicride). A polícia ainda não sabia quem era a mulher que tinha sequestrado a menina nem para onde Jaqueline seria levada. Logo após ser resgatada, a criança seria devolvida para seus familiares.
O sequestro somente foi comunicado à Polícia Militar duas horas depois de ocorrido, porque Aparecida Inácio havia pensado que a criança tinha sido levada pela madrinha, a também dona de casa Claudete Ferreira de Souza Valomim, 27 anos. Ao registrar a ocorrência no Sicride, Claudete disse que Aparecida telefonou, às 15 horas, perguntado se ela tinha pego a menina.
O sumiço da filha não é o primeiro drama da vendedora Ana Alvina Oliveira Costa, 23 anos, mãe de Jaqueline. Deficiente auditiva, ela tentava escrever para explicar o caso à polícia. Era socorrida pela madrinha da criança, que servia de intérprete. Mãe de duas meninas de pais diferentes, Ana teve que cuidar das crianças com a ajuda da mãe, já que nenhum deles assumiu a paternidade das crianças.
Há três anos a vendedora foi acusada de agressão e perdeu a guarda das filhas. As duas foram parar numa instituição e depois na casa de uma senhora, cujo nome não foi revelado ontem. A filha menor de Ana, Gisele, 3 anos, ainda está com a tutora.
Em junho do ano passado, a Justiça deu tutela provisória de Jaqueline à avó, mãe da vendedora. Até novembro, no entanto, a menina viveu com a madrinha. Só então, passou a morar com a avó e a mãe. A guarda das duas crianças continua sendo da mulher determinada pela Justiça.
O histórico complicado da família Costa deu a primeira pista para as investigações do Sicride. As primeiras checagens dos agentes do Serviço iriam levar em conta o passado dos envolvidos com as crianças. O superintendente do Sicride, Renato Ferreira, não informou, no entanto, como os policiais chegaram à acusada do sequestro.