Londrina está com 11 suspeitas e sem nenhum caso confirmado do coronavírus até esta segunda-feira (16). No entanto, o medo com a doença tem levado os londrinenses para a rede pública e particular, ajudando com a lotação. Na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do jardim do Sol o cenário chamava atenção pela grande quantidade de pessoas aguardando atendimento na tarde desta segunda.

Populares relataram espera de mais de cinco horas para atendimento médico
Populares relataram espera de mais de cinco horas para atendimento médico | Foto: Roberto Custódio - Grupo Folha

Entre aqueles que esperavam, os motivos pela procura de assistência médica se dividam, no geral, em três motivos principais: dengue, situações diversas e receio em relação ao Covid-19. Várias pessoas usavam máscara por recomendação dos servidores do local, já que estavam tossindo.

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Morador do residencial Verona, na zona norte, o encarregado Donizete Dias está com febre, tosse e dor no corpo. “Fui no centro exclusivo para atendimento e a prova do laço deu negativo para dengue. Fizeram o exame de sangue, mas o resultado só pega na UPA. Também foi solicitado raio-x do pulmão, que só tem na unidade de pronto atendimento”, contou.

Mulher resolveu deitar no chão enquanto aguardava ser chamada
Mulher resolveu deitar no chão enquanto aguardava ser chamada | Foto: Roberto Custódio - Grupo Folha

Esposa de Donizete, a dona de casa Maria Cristiane Dias estava usando máscara, assim como o marido. “Assusta, porque para o coronavírus chegar aqui é de um dia para o outro. Muitos pacientes de outras cidades usam a estrutura de saúde de Londrina. É difícil controlar”, opinou.

Os profissionais que atuam na unidade também usavam máscara. Apesar de todas as recomendações do próprio poder público, não havia álcool em gel na recepção à disposição. Se entretendo com o celular, Léo Nascimento disse que está com falta de ar há três dias, além de tosse. “Em todos nós dá um receio com o coronavírus”, resumiu.

Servidores da UPA estão adotando medidas de prevenção
Servidores da UPA estão adotando medidas de prevenção | Foto: Roberto Custódio - Grupo Folha

O alvo da reclamação dos usuários do sistema público estava na demora para o atendimento. Cansada de esperar, uma mulher cobriu o chão com uma blusa e deitou ao lado da porta, gerando indignação nos demais, que cobravam agilidade. “Cheguei às 10h, passou das 15h30 e só fui chamada para triagem. Estou com gripe há dez dias e não estou bem. Quem está aqui é porque precisa de médico”, reclamou Glaucei Garcia Rosa.

No Pronto Atendimento da Unimed, na região central da cidade, a demanda intensa por atendimento era perceptível pelas pessoas que esperavam do lado de fora. Várias utilizavam máscaras. “Estou tossindo e com febre já de alguns dias. Não tive contato com ninguém que possa estar com suspeita do coronavírus, porém, existe um temor. É melhor ter um diagnóstico correto”, destacou uma entrevistada, que preferiu não ser identificada.

Na rede particular de saúde a procura também está intensa
Na rede particular de saúde a procura também está intensa | Foto: Roberto Custódio - Grupo Folha

Assim como no caso da UPA, muitos se queixavam do longo tempo aguardando para a consulta com o especialista. A Unimed disse, por meio de nota encaminhada pela assessoria de imprensa, que o Pronto Atendimento registrou nos últimos dias aumento de clientes com sintomas gripais em busca de atendimento. "Salientamos que o exame para identificar o coronavírus só pode ser realizado mediante pedido médico e seguindo rigorosamente o protocolo estabelecido pelo Ministério da Saúde", frisou, indicando que os clientes que apresentarem sintomas leves e que estão fora do grupo de risco devam ficar em isolamen

Já o secretário municipal de Saúde, Felippe Machado, afirmou que não percebeu aumento na procura pelas unidades de saúde e que se for preciso terá um prédio específico para atendimento exclusivo a possíveis casos de coronavírus.

Atualizada às 18h53