Sema alerta sobre atropelamentos de animais em volta do parque
Na terça-feira, um macaco morreu atropelado na Rua Charles Lindemberg, próximo ao Arthur Thomas
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quarta-feira, 07 de maio de 2025
Na terça-feira, um macaco morreu atropelado na Rua Charles Lindemberg, próximo ao Arthur Thomas
Reportagem local

A Secretaria Municipal do Ambiente (Sema) orienta e alerta a respeito dos atropelamentos de animais no entorno do Parque Municipal Arthur Thomas, na região sul de Londrina. Na terça-feira (6), um macaco morreu atropelado na Rua Charles Lindemberg.
A Sema, em parceria com o Laboratório de Ecologia e Comportamento Animal (Leca), da Universidade Estadual de Londrina (UEL), tem realizado um levantamento destas ocorrências desde novembro de 2024. De acordo com o levantamento, até a terça, foram registrados 15 atropelamentos de animais em volta do parque. Destes, sete foram macacos-prego, cinco quatis e três gambás. Para a Sema, o número é considerado alto, e a estimativa é de que a mortalidade de animais pode ser ainda maior, considerando que nem todos os corpos são encontrados pela equipe.
A principal via com esses acidentes tem sido a Rua Charles Lindemberg, onde foram registrados dez dos 15 atropelamentos, seguido pela Rua Barcelona, que contabiliza quatro, e a rua Paris, com um atropelamento. "Na Rua Charles Lindemberg identificamos que muitos motoristas trafegam acima da velocidade permitida (40 km/hora), o que contribui para estes atropelamentos, além de ser uma infração", observa secretário municipal do Ambiente, Gilmar Domingues.
Segundo ele, a Sema tem realizado diversas ações para evitar as ocorrências. "Os macacos, por natureza, são muito espertos e saem da estrutura do parque, muitas vezes atraídos pela oferta de alimentos dos vizinhos. Isso é muito prejudicial porque atrai eles para as ruas, onde os atropelamentos acontecem. Fica aqui o nosso apelo para que a população não ofereça alimentos para estes animais”, destacou.
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REDUÇÃO DE VELOCIDADE
A Sema já solicitou, para a Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU), a aplicação de medidas para redução da velocidade na Charles Lindemberg. E a companhia finalizou o projeto para a instalação de uma lombada próximo ao cruzamento com a Avenida das Américas. O projeto foi encaminhado para a Secretaria Municipal de Obras e Pavimentação, responsável pela instalação do equipamento.
De acordo com análise técnica da CMTU, a geografia do local não permite a instalação de mais redutores de velocidade em outros pontos da via, sob o risco de acarretar outros acidentes. Ao mesmo tempo, a companhia tem mantido encontros com a Sema e com o Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Londrina (Ippul) para buscar outras alternativas para aumentar a segurança na região.
CONSCIENTIZAÇÃO
A gerente de Parques e Biodiversidade da Sema, Daniele da Costa, explicou que a secretaria busca a conscientização dos motoristas que passam ao redor do parque, para que trafeguem devagar e com atenção. “Os macacos, por exemplo, chegam a medir até 25 cm. Nos perguntamos como os motoristas não estão os vendo; isso nos preocupa”, relatou.
Com relação à oferta de alimentos pela população, principalmente aos macacos, a gerente explicou que é uma prática que deve ser extinta. “Quando as pessoas os alimentam, eles saem do parque em busca de mais comida e acabam sendo atropelados. Outro risco disso é que atração destes animais pode torná-los dóceis a ponto de eles serem furtados. Lembrando que os animais que estão dentro do parque não estão presos, são animais de vida livre. Nós traçamos estratégias para que eles permaneçam no parque por livre vontade, mas é fundamental que a população tenha essa consciência de não os alimentar”, frisou.
Segundo Costa, todo alimento que estes animais precisam é ofertado dentro do Parque. “O parque é um resquício da mata atlântica, que é habitat natural destes animais. Lá, eles encontram os alimentos necessários para a alimentação própria deles, como frutos das árvores, castanhas e nozes, raízes, insetos, ovos, pequenos filhotes e cascas de arvores. Eles procuram o próprio alimento, as pessoas não precisam alimentá-los”, informou.
Além da alimentação dos animais pela comunidade, outra fonte de problemas é o mau condicionamento dos sacos de lixos, que possuem restos comida, o que pode ser outro atrativo para os animais. “A Educação Ambiental já fez diversos trabalhos de conscientização com a comunidade moradora da região e agora estamos buscando a compreensão dos motoristas”, finalizou Costa.
Por causa da reforma na parte interna, o parque está fechado para visitação.
(Com informações do N.Com)

