Imagem ilustrativa da imagem Sem ônibus, preço de aplicativos vai às alturas em Londrina
| Foto: Ricardo Chicarelli - Arquivo

Com a paralisação dos funcionários das empresas de transporte coletivo de Londrina muitos trabalhadores tiveram que desembolsar valores muito acima do normal para conseguir chegar aos seus locais de trabalho na manhã desta sexta-feira (22). "Normalmente pago entre cerca de 13 a 15 reais por uma corrida entre Cambé e o centro de Londrina. Hoje de manhã o aplicativo queria cobrar 50 reais por esse mesmo trajeto. Tive que esperar meia hora até que o valor baixou para R$ 20, que ainda é assim estava mais caro que o normal. É um absurdo”, reclamou Patrícia Araújo, que trabalha como vendedora em uma loja de roupas femininas localizada na região central da cidade.

Muitos outros trabalhadores passaram pela mesma situação. “Quando uso o aplicativo, costumo pagar 9 reais entre o Jardim Piza (zona sul) e o centro. Hoje a corrida custou R$ 18, ou seja, o dobro. Mas é melhor ter esse gasto do que faltar ao trabalho, ter o dia descontado do salário e ainda correr o risco de ser demitido”, enfatizou Antonio José Delfim, que trabalha como técnico de manutenção. “Paguei 15 reais por uma corrida que normalmente custa 7 reais. Mas tinha que trabalhar e não encontrei outra alternativa”, comentou a técnica de enfermagem Maria Fernanda de Souza, que reside na zona oeste e se locomoveu até a região central da cidade.

Enquanto os trabalhadores reclamam do preço das corridas, os motoristas de aplicativo comemoram o valor adicional cobrado devido ao aumento da demanda. “Trabalho como técnico de antenas e quando o movimento está baixo na minha área aproveito para trabalhar como motorista de aplicativo. Agora que soube que os ônibus estão parados vou aproveitar para fazer umas corridas e lucrar um pouco mais, pois com os valores elevados devido à grande procura a gente acaba ganhando melhor”, afirmou Júnior Machado.

Trabalhando como motorista de aplicativo há um ano e meio, Weverton Costa Augusto afirmou que fez o mesmo número de corridas que costuma fazer em dias normais. Porém, com o aumento das tarifas acabou tendo uma manhã mais lucrativa. “Entre 6 horas e 8 horas da manhã, que é o horário de pico, costumo fazer umas seis ou sete corridas. Com a alteração do valor da corrida, é como se você tivesse feito o dobro”, comemorou.

Taxistas oferecem 30% de desconto

Apesar da paralisação dos ônibus, os taxistas de Londrina não sentiram aumento da demanda por corridas na manhã desta sexta-feira (22). “Por enquanto está tudo normal. Ainda não houve aumento das chamadas”, informou João Dias, presidente da Associação Rádio Táxi Faixa Azul em Londrina.

Já o diretor disciplinar da Rádio Táxi Faixa Vermelha adotou uma estratégia pessoal para aumentar o número de corridas. “Muita gente nem ficou sabendo da paralisação. Então tenho passado nos pontos, informando que não tem ônibus hoje e oferecido a corrida de táxi. Muita gente acaba pagando mais caro pelos aplicativos mais conhecidos por não saberem que os táxis não têm aumento de tarifa mesmo que a demanda aumente. Além disso, estamos oferecendo 30% de desconto nas chamadas feitas por meio do nosso aplicativo local chamado Táxi Londrina. Então acaba compensando bastante para o passageiro que optar pelo táxi”, destacou.