Saúde trata cenário da dengue em Londrina como epidemia
No fim de semana, mais de 1.700 pessoas foram atendidas na UPA Sabará, que se tornou exclusiva para casos da doença
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segunda-feira, 03 de abril de 2023
No fim de semana, mais de 1.700 pessoas foram atendidas na UPA Sabará, que se tornou exclusiva para casos da doença
Pedro Marconi
Após três anos, Londrina volta a enfrentar uma epidemia de dengue. Segundo a secretaria municipal de Saúde, o atual cenário deixa a cidade tecnicamente nesta situação, em que o problema se espalha acima do esperado e sem uma delimitação geográfica. “Os critérios técnicos que nos colocariam (em epidemia) seriam 1.500 casos confirmados, o que seguramente já passamos”, afirmou o responsável pela pasta, Felippe Machado.
O último informe do município sobre positivações, divulgado na semana passada, apontou para 1.166 pessoas diagnosticadas com a doença. “Tivemos vários dias de chuva em fevereiro e março, agora o tempo está quente e soma-se a isso a falta de conscientização das pessoas, em olhar o quintal de casa e incentivar os vizinhos a fazerem o mesmo”, apontou.
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No sábado (1º), a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do jardim Sabará, na zona oeste, registrou um novo recorde de atendimentos num único dia desde a inauguração, em 2014: 928 pessoas. Somando o sábado com o domingo foram 1.725 pacientes que passaram por consulta médica. Desde quarta-feira(29) a unidade tem funcionando exclusivamente para casos confirmados ou suspeitos de dengue.
“Uma UPA do porte que temos atende, em média, de 380 a 400 pessoas, quando muito. Reforçamos a equipe médica, de enfermagem, retaguarda de insumos, alteramos processos de trabalho, deixamos motorista exclusivo para fazer translado. A tendência é que os números se mantenham altos na próxima semana”, alertou.
Mapa da secretaria de Saúde mostra que o conjunto Chefe Newton, na zona norte, e o jardim Macaranã, na oeste, estão com incidência elevada de notificações da dengue. Estão com incidência crescente os jardins Padovani e Cabo Frio e os conjuntos Vivi Xavier e Aquiles Stenghel, todos na região norte, além do Guanabara, na sul. De acordo com a Saúde, a incidência de casos será divulgada todas as sextas-feiras.
No fim de semana foi realizado um mutirão de limpeza para eliminar focos do mosquito Aedes aegypti no jardim Paraty, zona norte. Neste sábado (8) a ação deve se repetir em outras localidades. “Devemos permanecer na zona norte, onde a situação está bem complicada, e mais alguns bairros da região oeste, que começam a preocupar. Talvez tenhamos que dividir as equipes para avançar em duas regiões ao mesmo tempo”, projetou Machado.
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