Saúde registra mais um óbito em decorrência da dengue em Londrina
Vítima tinha 64 anos; desde início do ano foram registradas 4 mortes por causa da doença; seis bairros estão com incidência crescente de casos
PUBLICAÇÃO
quarta-feira, 30 de abril de 2025
Vítima tinha 64 anos; desde início do ano foram registradas 4 mortes por causa da doença; seis bairros estão com incidência crescente de casos
Heloísa Gonçalves

O boletim da dengue desta semana, divulgado nesta quarta-feira (30) pela Secretaria Municipal de Saúde, contabiliza mais um óbito em Londrina. A paciente do sexo feminino tinha 64 anos e seus sintomas se iniciaram em 4 de abril. Após ser internada no Hospital Evangélico, veio a óbito no dia 8. A secretaria informou que a paciente residia na região norte e foi acometida pela dengue tipo 2. Ela possuía comorbidades, apresentando anemia crônica descompensada, diabetes mellitus 2 e hipertensão arterial.
Após toda morte suspeita da doença, uma investigação e bloqueio de casos é realizada na zona em que a vítima morava. “É reforçado o trabalho de campo dos nossos ACEs (Agentes de Combate às Endemias) em busca de novos casos suspeitos naquela região. Só que é uma região (que a idosa residia) que realmente está sob controle dentro do município, então a gente mantém o alerta, o cuidado e a orientação à população que a dengue continua tendo casos”, solicitou Fernanda Fabrin, diretora de Vigilância em Saúde da Secretaria.
Somado ao novo óbito, Londrina registra quatro mortes provocadas pela dengue em 2025, e outros três seguem em análise. Para atestar se a doença foi a causa, “é feito todo um levantamento dos atendimentos, por onde esse paciente passou. É feita uma análise minuciosa e criteriosa com os serviços que prestaram assistência, junto com a nossa equipe de Vigilância Epidemiológica”, explicou Fabrin.
O número de casos notificados é 13.436, dos quais 7.414 foram descartados, 2.136 foram confirmados e 3.886 estão em andamento. A diretora reforçou que, no momento, não há risco de epidemia na cidade, considerando a contagem de diagnósticos atestados. “Eles continuam ali no platô, nós não temos um acréscimo, porém, por continuar nesse nível de estabilidade, o alerta ainda prevalece. Para a gente caracterizar uma epidemia, são vários fatores em conjunto e, por hora, a gente levanta o alerta de segurança, mas não o risco de epidemia”.
O município também acumula quatro notificações de chikungunya, das quais um caso vindo de outra localidade foi confirmado, um foi descartado e dois encontram-se em análise.
INCIDÊNCIA CRESCENTE
Conforme o mapa de casos, a incidência é crescente nos bairros Maria Cecília, Milton Gavetti, Novo Amparo, Ideal, Panissa e Ernani. No momento, não há regiões onde a incidência seja elevada.
Visando prevenir a propagação do mosquito Aedes aegypti, principal vetor da dengue e de outras doenças como a chikungunya e a zika, a Gerência de Vigilância Ambiental da SMS continuará com suas atividades nos próximos dias.
Na quinta-feira (1º), das 7h30 às 13h30h, será realizada a recuperação em imóveis fechados durante atividades realizadas em bloqueios de casos nos últimos sete dias. As ações prosseguem na sexta-feira (2) de manhã, quando as equipes farão a manutenção das armadilhas ovitrampas. Já no sábado (3), a Vigilância Ambiental efetuará bloqueios nos locais onde foram notificados casos durante a semana.
O gerente de Vigilância Ambiental da Secretaria Municipal de Saúde, Nino Ribas, reforçou a importância da colaboração da população no combate ao Aedes aegypti. “Como demonstrado em diversos levantamentos, a maioria dos focos do mosquito está nas residências das pessoas. Por isso, é essencial que os cidadãos fiquem de olho e não deixem a água parada se acumular nas calhas, nos potes de alimentação de animais, em pneus ou outros objetos. O esforço de todos contribui para salvar vidas”, disse.
As datas para as ações de intervenção, que contemplam o feriado do Dia do Trabalhador, foram escolhidas pela possibilidade de encontrar os munícipes em suas casas. “O horário que os agentes realizam a visita é um horário que a população, na maioria das vezes, trabalha fora. Nós temos bairros com um número de pendências muito grande, ou seja, o número de imóveis que ficam fechados durante as atividades de rotina. Essas localidades serão o foco da visita dos agentes nesses dias”, explicou o gerente.
Ribas informou ainda que há um canal de acesso para que os londrinenses agendem a vistoria, contatando o 0800 400 1893. “Nós estamos facilitando ao máximo, através desse canal de comunicação, para que a população receba o agente, que ele leve um olhar técnico e criterioso em relação aos criadouros do mosquito”.

NO PARANÁ
Os óbitos de Londrina não constam ainda no boletim da Sesa (Secretaria de Estado da Saúde do Paraná). O último relatório, divulgado na terça-feira (29), aponta mais 5.802 casos da doença e sete óbitos. Os dados do novo ano epidemiológico 2025 totalizam 161.706 notificações, 48.604 diagnósticos confirmados e 40 óbitos em decorrência da dengue no Estado.
Ao todo, 396 municípios já apresentaram notificações da doença, transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, e 353 possuem casos confirmados. Os sete novos óbitos ocorreram entre janeiro e março, sendo cinco mulheres e dois homens com idades entre 33 e 81 anos. Os pacientes residiam em Alto Paraná, na 14ª Regional de Saúde (RS) de Paranavaí; Maringá, Ourizona e Paiçandu, na 15ª RS de Maringá; e Cambé, na 17ª RS de Londrina.
As regionais com os maiores números de casos confirmados neste período epidemiológico são a 17ª RS de Londrina (11.466); 14ª RS de Paranavaí (9.780); 15ª RS de Maringá (6.113); 19ª RS de Jacarezinho (3.342); e 12ª RS de Umuarama (3.177).
(Com N.Com e da Agência Estadual de Notícias)

