Um projeto de Lei tramita na Câmara dos Deputados com o intuito de regulamentar a prática da cinoterapia, modalidade de terapia assistida por cães. O projeto de lei Nº 682/21 prevê que o treinamento, seleção e certificação de cães utilizados na cinoterapia deverão ser realizados por uma equipe multidisciplinar formada por um médico veterinário e por um cinotécnico, profissional responsável por manejar e treinar cães para tarefas específicas como caça, guarda, proteção, cão policial, entre outros.

Imagem ilustrativa da imagem Saiba mais sobre a terapia assistida por cães
| Foto: iStock

A cinoterapia ou TAA é um método que utiliza cães e até mesmo outros animais como coterapeutas em sessões de terapia de diversos pacientes. O principal objetivo é ofertar um complemento aos tratamentos tradicionais já realizados, conforme explica Thais Preisser, coordenadora do curso de medicina veterinária da Faculdade Pitágoras. "A cinoterapia é utilizada para garantir que o tratamento ocorra de maneira leve e provoque o bem-estar aos pacientes. O contato com o animal estimula as funções motoras, desenvolve a fala, melhora a socialização, aumenta a confiança, autoestima e atenção dos pacientes, principalmente quando se trata de crianças. É uma terapia que veio para somar aspectos positivos para profissionais de diversas áreas como psicólogos, pedagogos, terapeutas ocupacionais e até mesmo fisioterapeutas".

PROFISSIONAIS DA ÁREA DE SAÚDE

A TAA é utilizada no Brasil há 60 anos de forma experimental e o projeto de lei visa regulamentar a prática. Atualmente, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) controla os animais destinados a essa função. "A Anvisa é responsável por regular o registro dos cães habilitados para a prática da cinoterapia, que só pode ser realizada por profissionais da área de saúde É uma situação diferente da atividade assistida por animais, que não requer profissionais especializados e não possui nenhum plano terapêutico, e que costuma ser utilizada em asilos e creches", destaca. O projeto de lei define que o cão deve ser identificado por meio de chip eletrônico subcutâneo e o órgão nacional de vigilância sanitária manterá um sistema eletrônico com o registro dos cães habilitados para a cinoterapia, com dados de identificação e de saúde do animal.

APTIDÃO AO TRABALHO

Para ser um cão de terapia assistida, a veterinária conta que o animal precisa ter aptidão para o trabalho de facilitação terapeutica, ser de fácil domesticação e ter a índole pacífica. "É importante certificar que os animais estejam em perfeito estado de saúde, com a vacinação, a vermificação e os banhos em dia, além das unhas aparadas e do controle de parasitas. Os animais também não podem oferecer nenhum risco para os pacientes", ressalta Preisser.

A especialista reforça ainda que o indicado é que os cães iniciem a preparação para atuar com a cinoterapia ainda filhotes. "É o período em que eles estão passando por um processo de socialização, que começa na terceira semana de vida e é concluído no terceiro mês. É importante que o adestrador inicie com alguns tipos de brincadeiras e observar o comportamento do cão em relação a outras pessoas e também a outros animais. A idade ideal para utilizar o cão na cinoterapia é após os nove anos, período em que ele já alcançou a fase adulta", diz a coordenadora.

Os cães terapeutas podem auxiliar no tratamento da ansiedade, pacientes com câncer, pacientes com autismo, transtornos sociais diversos, pacientes hospitalizados, pessoas com deficiência na aprendizagem, paciente com esquizofrenia, entre outros. Além dos cachorros, outros animais também podem ser coterapeutas. "Gatos, coelhos, tartarugas, calopsitas e cavalos também são utilizados em terapias. Porém, no caso dos cães, o uso é mais frequente por ser uma espécie mais fácil de domesticar." (Com informações da Faculdade Pitágoras)

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