No limite entre o jardim Sabará, em Londrina, e o Novo Bandeirantes, em Cambé, a rua Paulo Novaes da Silveira é asfaltada e duplicada somente até uma extensão. Ela praticamente inexiste do cruzamento com a rua Vital Ferreira Chagas até a marginal da PR-445. O trecho é curto, de aproximadamente 400 metros, mas o risco e os problemas que vêm gerando ao longo dos anos incomodam os moradores.

Um dos pontos mais caóticos fica no entroncamento da rua Paulo Novaes da Silveira com a Elizio Turino
Um dos pontos mais caóticos fica no entroncamento da rua Paulo Novaes da Silveira com a Elizio Turino | Foto: Ricardo Chicarelli -Grupo Folha

A via é considerada duplicada numa parte por dividir o trânsito de veículos com uma rua pertencente a Cambé. A partir da Vital Ferreira Chagas, somente a rua Marechal Hermes da Fonseca, que faz parte do Novo Bandeirantes, segue asfaltada e com possibilidade de circulação de veículos. “O asfalto do lado de Cambé sempre existiu, mas o de Londrina não. São décadas que estamos com esta demanda sem solução. Já levamos a reivindicação para a prefeitura e não tivemos resposta", explicou o professor Reinaldo Santos Gabriel.

Um dos pontos mais caóticos fica no entroncamento da Paulo Novaes da Silveira com a rua Elizio Turino. O asfalto está totalmente deteriorado e a via apresenta declividade, dificultando a passagem de veículos, principalmente ônibus do transporte coletivo e caminhões. “Os veículos pesados, como os ônibus, ‘raspam’ a parte de baixo quando passam aqui. A prova é que onde tem asfalto está todo marcado”, relatou o borracheiro Orlando Luiz. “Um empresário jogou concreto para dar uma amenizada na cratera.”

icon-aspas "Fica na divisa, mas o benefício é para todos: londrinenses e cambeenses".
Benedito Marcolino -

A reclamação também é em relação aos diversos acidentes. “Há alguns dias um motociclista deslizou e caiu com a moto nova neste ponto, se machucando. Uma criança já foi atropelada e quebrou a perna. No final da tarde tem motorista que espera dez minutos para conseguir fazer a conversão para um dos lados”, contou o fiscal aposentado Benedito Donato Marcolino, que mora há 40 anos na região.

SINALIZAÇÃO

Os moradores do entorno também costumam cortar o mato quando cresce nos terrenos onde deveria continuar a rua Paulo Novaes da Silveira. “Sofremos muito aqui. Algumas pessoas sem consciência despejam lixo, jogam animais mortos. Se não cortamos é ainda pior. Se poder público não pode duplicar o trecho que falta, que pelo menos arrume o que tem dado mais 'dor de cabeça”, afirmou o mecânico Vanderlei Valério.

Há cerca de dois anos, de acordo com os populares, foram instalados postes às margens da rua, no lado de Londrina, no Sabará, o que suscitou a esperança de que melhorias seriam promovidas. No entanto, nada mais foi feito desde então. “Infelizmente, a impressão que dá é que estamos esquecidos”, lamentou Reinaldo Gabriel. “Fica no limite, mas o benefício de terminar a duplicação é para todos: londrinenses e cambeenses”, destacou Benedito Marcolino. No cruzamento alvo das principais queixas a sinalização é precária.

Imagem ilustrativa da imagem Rua no limite entre Londrina e Cambé gera reclamações
| Foto: Ricardo Chicarelli - Grupo Folha

PROJETO

Segundo o secretário municipal de Obras e Pavimentação, João Verçosa, a prefeitura está ciente da demanda dos moradores do Sabará. Ele informou que o Ippul (Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Londrina) elaborou um “estudo funcional” do local, em agosto de 2018, em que foi definido por onde a continuação da pista da rua Paulo Novaes da Silveira deverá ser pavimentada, além dos acessos e sinalização.

O próximo passo é a elaboração de projetos executivos para poder orçar a obra. “Esses projetos vão levar em consideração outras questões, como rede de galerias pluviais, parte de iluminação, talvez com alguma adaptação. Com isso teremos o custo e poderemos tentar viabilizar os recursos necessários”, explicou. A expectativa é que todo este processo aconteça até o final do próximo ano. Os terrenos em que a pista vai passar já são de domínio do município.

Sobre o ponto mais crítico na divisa entre Londrina e Cambé, no cruzamento com a rua Elizio Turino, Verçosa se comprometeu em enviar uma equipe da secretaria de Obras até o local para avaliar o que pode ser feito enquanto o trabalho maior não é promovido.