Rompimento de vertedouro provoca esvaziamento do Lago Igapó 2
Trecho do cartão-postal será completamente esvaziado para o reparo. Prefeitura quer aproveitar oportunidade para fazer o desassoreamento
PUBLICAÇÃO
sábado, 15 de fevereiro de 2025
Trecho do cartão-postal será completamente esvaziado para o reparo. Prefeitura quer aproveitar oportunidade para fazer o desassoreamento
Walkiria Vieira

O rompimento de uma comporta do Lago Igapó, localizada sob a transposição da Avenida Higienópolis, tem provocado o esvaziamento do Lago 2, um dos trechos mais importantes do principal cartão-postal da cidade, onde funcionam os pedalinhos. O vertedouro é responsável por controlar o nível da água, fazendo o escoamento do Lago 2 para o 1.
A baixa no volume de água já pode ser vista por quem passa pelo local de forma bastante evidente, deixando o aspecto de sujeira com muita lama à mostra. Em uma coletiva de imprensa realizada no local, na manhã deste sábado (15), a prefeitura informou que as providências já estão sendo tomadas para o reparo.

De acordo com o Secretário Municipal de Obras e Pavimentação, Otávio Vitor Gomes, uma das medidas será o total esvaziamento do Lago 2 - o que, segundo ele, pode acontecer já neste fim de semana ou, o mais tardar, no início da semana que vem.
Gomes informou que a primeira informação chegou à administração municipal por meio de um vídeo feito por um cidadão onde é possível ver uma movimentação da água em círculo, como um redemoinho, no final da tarde de sexta-feira (14).
Ele detalhou que uma equipe logo foi averiguar os fatos e foi identificado o rompimento da barragem. "A comporta que segura esses dois vertedouros é formada por elementos de estrutura metálica com recheio de madeira e uma das madeiras, a que fica na parte mais baixa havia sido rompida”. Segundo o secretário, a existência de outro vertedouro minimizou os danos.
PLANO DE ESVAZIAMENTO
Gomes explica que o total esvaziamento é fundamental para a condução dos trabalhos e também levará em conta as questões ambientais e contará com todo o respaldo da Sema (Secretaria Municipal do Ambiente). "A população não precisa se preocupar porque a vazão está controlada, então não haverá nenhum tipo de rompimento. O esvaziamento desse lago terá que ser feito porque ele faz parte de uma das estratégias que nós traçamos neste ano para melhorar também os problemas dos alagamentos na rua Joaquim de Matos Barreto, embora não houvesse a pretensão de fazer isso agora", pontuou.
"Nós estávamos esperando de fato as chuvas terminarem para resolver o problema dos alagamentos para que pudéssemos fazer essa operação, mas aconteceu esse rompimento inesperado e nós não sabemos exatamente a causa", expôs.

De acordo com as informações apuradas pelas equipes que integram os estudos sobre a vazão de água do Igapó 2, o projeto da estrutura da comporta e vertedouros data de 2002. "A madeira da comporta tem aproximadamente 23 anos, está completamente tomada pela umidade e é como se fôssemos tirar uma rolha de um vinho e, dependendo de sua idade, ela rompe. Então, pode ser que alguma coisa parecida com isso tenha acontecido".
Outra possibilidade levantada para o rompimento é o refluxo de água e que pode ter acelerado o processo. "O Lago 1 subiu significativamente, nós tivemos um aumento do nível de água de aproximadamente 90 centímetros. Então, pode ser que nesse refluxo - temos um cano que sai do Lago 2 para o Igapó 1. Nesse refluxo, provavelmente alguma coisa tenha acontecido e tenha acelerado esse processo de rompimento", considera.
PLANO DIRETOR DE DRENAGEM URBANA
O secretário lembrou que outro fator a ser considerado nos trabalhos necessários é o assoreamento do lago. "Estou avaliando juntamente com a Secretaria de Governo a possibilidade de operacionalizar o desassoreamento do Lago 2. Há também o plano de transformar o Lago Igapó em dois lagos dinâmicos. Assim como acontece em cidades de primeiro mundo, pois isso aqui aqui é um grande reservatório da água que pode servir como pulmão em dias de grande chuva ou um pulmão também em dias que não tiver muita chuva, que tiver uma seca absurda e a gente precisar eventualmente precisar da da água do Igapó", apresentou.
Ainda de acordo com o secretário, o projeto inclui transformar as comportas manuais em portas automatizadas. Em relação ao investimento e valor das obras, admitiu que não é possível avaliar neste momento. "É uma questão de emergência, precisamos dar prioridade para esse fato e não podemos ignorar que não se trata somente da relevância turística, mas devemos levar em consideração a bacia hídrica e de escoamento da nossa cidade. Então nós precisamos tratar isso aqui como prioridade e por isso, no plano diretor de drenagem urbana que estamos elaborando, o lago Igapó será um aliado, uma vez que temos quatro bacias no município de Londrina e a bacia do Lago Igapó é a que que recebe mais água", afirmou.
LAZER COMPROMETIDO
Uma das consequências diretas do esvaziamento do Lago 2 é a interrupção das práticas de lazer náuticas ofertadas pela empresa Encantos Náuticos como pedalinho, remo sob prancha de stand-up e caiaque.

Assim, neste sábado, antes de dar início aos trabalhos para o público, o empresário Odair Beninca e mais dois profissionais da administração municipal foram de barco até o ponto onde o redemoinho do dia anterior se apresentou e conferiram como está o nível da água. "Pudemos constatar que baixou em torno de 40%. Em média, a profundidade aqui é em torno de 2 m a 3,5 m e vamos seguir observando e respeitar as orientações da Prefeitura".
Beninca explica que há receio de prejuízo pela suspensão da atividade em razão do esvaziamento e que no último fim de semana 300 usuários pagaram para usar os equipamentos de lazer ofertados. "Na verdade sempre há uma preocupação porque estamos bem no final de semana", lamentou.

