A Polícia Civil marcou para a próxima semana os depoimentos com representantes das empresas de telefonia utilizadas no esquema das centrais de ligações clandestinas descobertas em Maringá. Objetivo é tentar esclarecimentos técnicos da Telepar Brasil Telecom e Embratel. ''Existe também o fato das empresas serem neste inquérito vítimas de estelionato'', afirma o delegado responsável pelo caso, Benedito Aurélio Gonçalves, do 2º Distrito Policial de Maringá.

Segundo o delegado, existem algumas dúvidas para a polícia como o rigor e os critérios utilizados para o pedido de linhas. A polícia também vai intimar representantes da Cotel, empresa responsável pelas instalações. Só no endereço de uma das centrais, passaram mais de 100 linhas entre fevereiro e outubro deste ano. Desde o início do caso, foram localizadas em Maringá sete centrais e mais de 180 linhas telefônicas utilizadas de forma clandestina.

Grande parte das ligações foram feitas para países do Oriente Médio. A polícia suspeita de possíveis contatos entre grupos terroristas e também de negócios para lavagem de dinheiro do narcotráfico brasileiro. As provas apuradas até agora, no entanto, dão conta apenas de estelionato por causa da fraude provocada nas companhias de telefone.

Conforme o delegado, não foram descobertas mais centrais, mas a polícia ainda vem recebendo denúncias de pessoas que receberam faturas com ligações para o exterior de linhas telefônicas desativadas. ''São várias as dúvidas na parte técnica, como de o caso de uma linha desativada em um dia e no outro já instalada em novo endereço'', disse Gonçalves. Quatro pessoas, acusadas de atuarem como ''operadores'' das centrais foram indiciadas no inquérito.