Cláudia Lopes
De Londrina
O fato do preço do algodão no mercado internacional ter aumentado justamente na época da safra brasileira fez com que a rentabilidade dos produtores crescesse mais de 6% no último mês. Em março, o preço da arroba do produto custava R$ 9,27, o que significou uma rentabilidade de 16%. Hoje, a arroba está sendo vendida por R$ 9,84, representando uma rentabilidade de 22,9% em relação as despesas da produção.
Estes números foram apresentados ontem, na Exposição 2000, durante o seminário ‘‘Avaliação da Safra 99/00 – o Algodão’’, que reuniu produtores do Norte do Estado. Como o câmbio também encareceu as importações do algodão, o engenheiro agrônomo da secretaria de Estado da Agricultura, Maurício Tadeu Lunardon, disse ontem estar apostando no crescimento da produção e da área para o próximo ano.
As importações estão prejudicando cada vez menos o mercado interno, na opinião de Lunardon. ‘‘O câmbio deixou de ser atrativo para comprar o produto americano. Mesmo assim, não produzimos o suficiente para atender a demanda nacional’’, disse. O País consome 840 mil toneladas de plumas por ano mas produz 622,3 mil toneladas de plumas, numa área de 789,2 mil hectares.
As importações devem diminuir de 280 mil toneladas de plumas no ano passado para 240 mil toneladas de plumas neste ano. ‘‘Tivemos um aumento de 13% na área plantada em relação ao ano passado, quando o Brasil produziu 520,6 mil toneladas de plumas’’, afirmou Lunardon.
No Paraná, porém, a produção diminuiu em relação ao ano passado por causa da seca. O Estado, que produziu 109,3 mil toneladas de algodão em caroço em 98/99, colheu 104,8 mil toneladas de algodão em caroço em 99/00, numa área de 51.860 mil hectares.
Os produtores paranaenses estão colhendo acima de 2 mil quilos por hectare, segundo Lunardon. Hoje, o Paraná é o 5º produtor nacional de algodão. ‘‘Como a demanda das indústrias no Estado é de cerca de 70 mil toneladas de pluma de algodão por ano, o ideal é que produzíssemos uma área de 100 mil hectares para aquecer a economia dos pequenos municípios e aumentar a geração de mão-de-obra’’, afirmou.
Lunardon lembrou que o Estado era o 1º produtor de algodão do País há cinco anos. Em 95/96, o Paraná produziu 119,5 mil toneladas de plumas, o que representava 29,1% da produção nacional, de 410,1 mil toneladas de pluma. Na época, o Mato Grosso, que hoje produz 48% da produção nacional, estava em 5º lugar.
Esta posição se inverteu porque a região centro-oeste do Brasil tem grandes áreas, relevo plano, que possibilita a colheita mecânica; produtores com visão empresarial e um programa de incentivo fiscal chamado Proalmat. ‘‘Dependendo da qualidade do algodão colhido, os produtores ficam com até 75% do ICMS devido. Destes, 15% são destinados a pesquisa e desenvolvimento de novas variedades.A alta das cotações internacionais coincidiu com a entrada da safra do Paraná elevando os preços recebidos pelos produtores
Paulo WolfgangPASSEIO NO PARQUE Crianças observam animal em baia do Parque Ney Braga, onde está sendo realizada a Expo2000 que termina amanhã