Se várias cidades da região de Londrina enfrentam situação crítica ou já de epidemia da dengue, outras vivem um momento bem mais tranquilo em relação à doença quando o assunto é dados. Cafeara, por exemplo, não tem nenhum registro desde julho de 2022, quando começou o atual ciclo epidemiológico da Sesa (Secretaria de Estado da Saúde). Outros sete municípios têm menos de dez casos nos últimos oito meses.

É o caso de Primeiro de Maio, a cerca de 70 quilômetros de distância de Londrina. A cidade de pouco mais de 11 mil habitantes contabilizou um caso positivo da doença a partir dos dados da Sesa, mas pelas contas do município a quantidade está em três. “Temos feito trabalhos específicos, com remoções de criadouros, orientando a população, usando bomba costal. Percebemos que a maioria dos focos foi encontrada em acúmulo da água da chuva, como tambores e baldes”, relatou Victor Matheus Pedrinelli Gelan, coordenador de Endemias.

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Apesar dos poucos casos, o LIRAa (Levantamento Rápido de Índices para o Aedes aegypti) realizado no início do ano mostrou infestação de 5,8%, que é considerada de risco. “Notamos nos últimos dias um aumento significativo de pessoas com sintomas de dengue no hospital e UBS (Unidades Básicas de Saúde). Por isso, temos realizado os bloqueios”, destacou o diretor de Atenção Primária à Saúde, Carlos Eduardo Marcondes. A secretaria municipal de Saúde tem 58 notificações que aguardam resultado.

O que também deixa a pasta em alerta é que Primeiro de Maio fica no canal endêmico, que são localidades definidas pela 17ª Regional de Saúde com probabilidade de epidemia por conta do histórico e características. “Ficamos tranquilos e preocupados ao mesmo tempo, mas continuamos conscientes sobre os riscos, com atenção junto à população. Já adquirimos soro, equipe está preparada e seguimos atentos”, afirmou a secretária Maria Rita Chicarelli.

TAMARANA

Em Tamarana são quatro casos positivos dentro do ciclo epidemiológico. No boletim da Sesa ainda são três. Ao todo foram 256 notificações, com 214 registros descartados. “Recentemente realizamos uma reunião do Comitê Intersetorial da Dengue – que reúnem várias secretarias - para falar da atual situação, das dificuldades das pessoas que não mudam comportamento. Toda a quinta-feira divulgamos materiais nas redes sociais alertando sobre o risco do mosquito Aedes aegypti, temos um trabalho de sensibilização junto às escolas, conversamos com os trabalhadores da saúde para ficarem atentos para não haver subnotificação”, elencou a secretária de Saúde, Viviane Granado.

Assim como Primeiro de Maio, o LIRAa do município de 15 mil habitantes também apresentou índice crítico, de 12,3%. “Nos preocupamos, até pela situação de outros municípios, temos buscado nos preparar, adquirindo medicamentos e insumos. A situação de números está estabilizada, mas precisamos da ajuda da população e união de todas as forças para que não haja aumento”, ressaltou.

RECORDE

Com uma escalada da dengue, a secretaria de Saúde de Londrina definiu a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do jardim Sabará, na zona oeste, como a referência para atendimentos de pessoas com suspeita ou confirmação da doença. De acordo com a pasta, somente no primeiro dia de funcionamento neste formato, na quarta-feira (29), foram 889 pacientes atendidos, o maior número desde inauguração da unidade, em 2014.

“Fica o alerta para a população: de cada 100 focos de dengue, mais de 98 estão dentro das casas. Precisamos reforçar o cuidado. Ainda não estamos vivendo, tecnicamente, uma situação de epidemia. Estamos vivendo um surto, mas com certeza vai se transformar numa situação epidêmica. Se for preciso adotar decreto de emergência para facilitar fluxo e atendimento, será feito”, comentou o prefeito Marcelo Belinati, durante coletiva nesta quinta-feira (30), no gabinete. Londrina tem 1.166 casos confirmados neste ano.

PANORAMA

Área da 17ª Regional de Saúde tem oito cidades com menos de dez casos de dengue confirmados*

Assaí1

Bela Vista do Paraíso75

Cafeara0

Cambé72

Centenário do Sul191

Florestópolis9

Guaraci99

Ibiporã213

Jaguapitã16

Jataizinho5

Londrina1.402

Lupionópolis703

Miraselva11

Pitangueiras2

Porecatu22

Prado Ferreira1

Primeiro de Maio1

Rolândia19

Sertanópolis35

Tamarana3

* Números levam em conta atual ciclo epidemiológico da Sesa, que teve início em julho de 2022

Fonte: Sesa

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