Reforma do Daisaku Ikeda depende de projetos complementares
Instituto doou em junho proposta conceitual para melhorias e reabertura do parque, que está interditado há mais de oito anos
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terça-feira, 24 de setembro de 2024
Instituto doou em junho proposta conceitual para melhorias e reabertura do parque, que está interditado há mais de oito anos
Pedro Marconi
A revitalização do Parque Ecológico Doutor Daisaku Ikeda, na região sul de Londrina, depende da elaboração de projetos complementares para sair do papel, o que deverá ser realizado por outra empresa, mediante licitação. Em junho, um instituto de São Paulo doou para a prefeitura o projeto conceitual sobre o espaço. “Fizemos as solicitações do que deveria ter para pode atrair e até atender a população para voltar a ter visitação. Fizeram os estudos e desenhos conceituais”, explicou o secretário municipal de Ambiente, André Chen.
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No mês passado, a Sema (Secretaria Municipal de Ambiente) solicitou à secretaria de Obras e Pavimentação a elaboração do orçamento base e cronograma para elaboração de projetos executivos completos para a reforma do parque, que está interditado há mais de oito anos. “Esse projeto conceitual demanda de outros projetos, como arquitetônicos e executivos, para que a partir daí tenha todos os dados necessário para contratar uma empresa para a execução dos serviços”, elencou. A reportagem apurou que a expectativa é de que este trabalho prévio às obras tenha o edital lançado ainda este ano.
Mesmo sem uma perspectiva de quanto as intervenções poderão custar, e quando, o município já projeta a fonte de recurso para custear o trabalho. “Inicialmente a intenção é buscar recursos junto ao Fundo Municipal do Meio Ambiente. Mas não descartamos outras formas de viabilizar financeiramente o projeto”, adiantou.
Na avaliação do secretário, o documento entregue pelo instituto paulista atendeu as expectativas em relação às proposições para o futuro do parque. “Além de reconstruir as áreas que hoje estão precisando de reparos, criaram novas áreas de recepção de visitantes e atrativos como novos pontos de contemplação”, afirmou.
TIROLESA
Entre os apontamentos feitos pela entidade para o retorno do funcionamento do Daisaku Ikeda, a partir das melhorias, estão um local repaginado para a recepção e acolhimento dos visitantes, com capacidade para até 30 pessoas; uma praça central com playground; revitalização total do memorial e criação de nova iluminação cênica; e estações de descanso. Outra ideia é a restauração do mirante e da passarela sobre a barragem existente, criando uma linha de tirolesa para conectar as duas margens do rio.
“Ao invés de propormos a reconstrução da barragem, optamos por deixá-la como está e investirmos na criação de novos pontos de observação, inusitados e únicos, para a fruição paisagística das novas quedas d’água que se formaram. Um desenho de impacto ambiental mínimo, amigável e acessível, capaz de gerar memórias e senso de pertencimento (local, cultural e ambiental) aos visitantes do Parque Daisaku Ikeda”, justificou o instituto.
ABANDONO E VANDALISMO
Na área onde está o parque funcionou a segunda hidrelétrica do Norte do Paraná, inaugurada em 1943 pela antiga Empresa Elétrica de Londrina. O local foi transformado em unidade de conservação em 2000, com o nome homenageando o líder budista e filósofo Doutor Daisaku Ikeda. Uma lei federal classificou o parque como área protegida.
No entanto, em janeiro de 2016, fortes chuvas levaram ao rompimento das bordas da barragem da antiga Usina Três Bocas, gerando uma grande erosão. Desde então, o lugar está fechado e virou sinônimo de abandono, com estruturas depredadas e objetos furtados. A situação do parque voltou a repercutir no ano passado, quando um garoto de dois anos morreu após cair no Ribeirão Três Bocas, enquanto a mãe e o padrasto estavam na unidade.
Após o episódio, o Ministério Público expediu uma recomendação à prefeitura para melhorar a sinalização de bloqueio do parque e promover medidas para viabilizar a revitalização e reabertura.