A Mata do Marco Zero, localizada na zona leste de Londrina, deverá ter suas grades removidas como parte de uma estratégia para melhorar a segurança no entorno. A informação foi confirmada pela Sema (Secretaria Municipal do Ambiente), que deu parecer favorável à última versão do Prad (Plano de Recuperação de Área Degradada) apresentada pelo empreendimento dono da área verde.

O impasse envolvendo a mata de aproximadamente 39 mil metros quadrados localizada na avenida Theodoro Victorelli se arrasta há mais de uma década. O monumento do Marco Zero foi inaugurado em 3 de dezembro de 1984, em alusão ao cinquentenário de Londrina. A placa, que hoje se destaca em meio ao descaso do local, homenageia a primeira caravana que chegou na região, em 1929.

O repasse da área para o município deveria ter ocorrido como compensação pelos loteamentos onde foram construídos o Boulevard Shopping, o Hotel Ibis, a loja de materiais de construção Leroy Merlin e a estrutura inacabada do Teatro Municipal. A falta de solução para o problema já foi pauta inúmeras vezes na CML (Câmara Municipal de Londrina).

O ponto é que, para o município receber o Marco Zero, o empreendimento precisa corrigir os impasses ambientais decorrentes do abandono prolongado da área. Essa é uma discussão já pacificada em Londrina - o que falta é a execução do Prad.

De acordo com o secretário municipal do Ambiente, Gilmar Domingues Pereira, a última versão do plano prevê a retirada das grades ao redor do Marco Zero. A ideia é que todo o espaço verde fique aberto após a revitalização, atendendo, inclusive, a uma solicitação da GM (Guarda Municipal). Para ele, não é uma questão de urbanismo, mas de segurança do espaço.

Com o parecer favorável da Sema, o Prad segue para acompanhamento da Secretaria de Obras e do Ippul (Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Londrina). Não há data para que os trabalhos efetivamente comecem no local.

A FOLHA teve acesso à manifestação da Sema, que disse não se opor à execução do Prad apresentado, “considerando que o empreendedor deverá, no decorrer dos plantios e da manutenção (em tempo mínimo de 2 anos), zelar pelos cuidados com a área, mantendo, obrigatoriamente, a área livre de resíduos sólidos ou outros, sob pena de sanções pecuniárias e/ou administrativas”.

A aposentada Marlene Dina de Oliveira, que mora na rua Santa Apolônia, atrás do Marco Zero, ressalta que a insegurança é um problema na região há vários anos e o policiamento ainda precisa melhorar, principalmente no combate ao tráfico de drogas na zona leste.

“Sou favorável à retirada das grades, desde que melhore a segurança para a população. Mas tem que pensar bem no que vão fazer para não piorar a situação”, afirma à FOLHA.

SEGURANÇA

Para o secretário municipal de Defesa Social, Felipe Juliani, o ideal é a revitalização do espaço verde e a retirada do gradil. “As grades não inibem o bandido de entrar, porque acaba sendo um local ermo. O cara acaba entrando por baixo ou por cima, de qualquer maneira”, diz Juliani, que lembra que o gradil está danificado e nunca resolveu a questão da insegurança.

"São muitas ocorrências de tráfico de drogas, bastante coisa na área interna. Não vai ser a grade que vai segurar eles, que vai prevenir isso”, acrescenta o secretário. Ele aponta que a GM tem mantido o patrulhamento na região.

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