Recuperação ambiental do Marco Zero prevê retirada de grades
Abertura do espaço está prevista no plano que deve corrigir os passivos ambientais do local. Ainda não há prazo para início dos trabalhos
PUBLICAÇÃO
quarta-feira, 11 de junho de 2025
Abertura do espaço está prevista no plano que deve corrigir os passivos ambientais do local. Ainda não há prazo para início dos trabalhos
Douglas Kuspiosz

A Mata do Marco Zero, localizada na zona leste de Londrina, deverá ter suas grades removidas como parte de uma estratégia para melhorar a segurança no entorno. A informação foi confirmada pela Sema (Secretaria Municipal do Ambiente), que deu parecer favorável à última versão do Prad (Plano de Recuperação de Área Degradada) apresentada pelo empreendimento dono da área verde.
O impasse envolvendo a mata de aproximadamente 39 mil metros quadrados localizada na avenida Theodoro Victorelli se arrasta há mais de uma década. O monumento do Marco Zero foi inaugurado em 3 de dezembro de 1984, em alusão ao cinquentenário de Londrina. A placa, que hoje se destaca em meio ao descaso do local, homenageia a primeira caravana que chegou na região, em 1929.
O repasse da área para o município deveria ter ocorrido como compensação pelos loteamentos onde foram construídos o Boulevard Shopping, o Hotel Ibis, a loja de materiais de construção Leroy Merlin e a estrutura inacabada do Teatro Municipal. A falta de solução para o problema já foi pauta inúmeras vezes na CML (Câmara Municipal de Londrina).
O ponto é que, para o município receber o Marco Zero, o empreendimento precisa corrigir os impasses ambientais decorrentes do abandono prolongado da área. Essa é uma discussão já pacificada em Londrina - o que falta é a execução do Prad.
De acordo com o secretário municipal do Ambiente, Gilmar Domingues Pereira, a última versão do plano prevê a retirada das grades ao redor do Marco Zero. A ideia é que todo o espaço verde fique aberto após a revitalização, atendendo, inclusive, a uma solicitação da GM (Guarda Municipal). Para ele, não é uma questão de urbanismo, mas de segurança do espaço.
Com o parecer favorável da Sema, o Prad segue para acompanhamento da Secretaria de Obras e do Ippul (Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Londrina). Não há data para que os trabalhos efetivamente comecem no local.
A FOLHA teve acesso à manifestação da Sema, que disse não se opor à execução do Prad apresentado, “considerando que o empreendedor deverá, no decorrer dos plantios e da manutenção (em tempo mínimo de 2 anos), zelar pelos cuidados com a área, mantendo, obrigatoriamente, a área livre de resíduos sólidos ou outros, sob pena de sanções pecuniárias e/ou administrativas”.
A aposentada Marlene Dina de Oliveira, que mora na rua Santa Apolônia, atrás do Marco Zero, ressalta que a insegurança é um problema na região há vários anos e o policiamento ainda precisa melhorar, principalmente no combate ao tráfico de drogas na zona leste.
“Sou favorável à retirada das grades, desde que melhore a segurança para a população. Mas tem que pensar bem no que vão fazer para não piorar a situação”, afirma à FOLHA.
SEGURANÇA
Para o secretário municipal de Defesa Social, Felipe Juliani, o ideal é a revitalização do espaço verde e a retirada do gradil. “As grades não inibem o bandido de entrar, porque acaba sendo um local ermo. O cara acaba entrando por baixo ou por cima, de qualquer maneira”, diz Juliani, que lembra que o gradil está danificado e nunca resolveu a questão da insegurança.
"São muitas ocorrências de tráfico de drogas, bastante coisa na área interna. Não vai ser a grade que vai segurar eles, que vai prevenir isso”, acrescenta o secretário. Ele aponta que a GM tem mantido o patrulhamento na região.

