A Itaipu Binacional lançou ontem a ''Operação Natureza'', com objetivo de reduzir o possível impacto sob a fauna e a flora com o rebaixamento do seu reservatório. Técnicos do setor do meio ambiente estão monitorando o Lago de Itaipu para garantir o salvamento de peixes e outras espécies de animais que possam ficar retidos em lagoas remanescentes formadas pelo recuo da água.

Ontem, o reservatório estava em 218,5 metros acima do nível do mar. A cota normal é de 219 metros. A expectativa é de manutenção desse índice, pois choveu no final de semana nas regiões das hidrelétricas acima da Itaipu Binacional. A redução do nível da represa visa aproveitar a água acumulada para aumentar a produção de energia e socorrer os estados afetados com a crise energética.

O procedimento adotado pela usina deve evitar as cenas registradas no rebaixamento de 4,8 metros feito de novembro de 1999 a janeiro de 2000 - também com objetivo de socorrer o sistema energético nacional. Naquele período, a lâmina d'água chegou a recuar quase 100 metros em São Miguel do Iguaçu (43 km ao norte de Foz), provocando a morte de peixes.

Desta vez, a binacional iniciou a preparação de sua campanha de prevenção logo após o Operador Nacional do Sistema (ONS) anunciar, há seis meses, que o Lago de Itaipu poderia ser rebaixado neste fim de ano. Três equipes acompanham as alterações fluviais causadas pelo rebaixamento, inclusive em áreas de difícil acesso. Eles trabalham em embarcações equipadas com rádiocomunicadores.

Segundo o técnico em biociências Vilmar Gerônimo Bonzon, o peixe encontrado encalhado será retirado através de drenagens em canais de junção ou com auxílio de cordas e redes. O reservatório tem 1.350 metros quadrados.

Outra etapa da campanha consiste em orientar os moradores dos municípios vizinhos ao reservatório. Em dezembro será lançado o Disque-Rebaixamento (45 520-6952).