Queima de lixo provoca revolta
PUBLICAÇÃO
terça-feira, 28 de março de 2000
Lucinéia Parra
De Maringá
Uma área com entulho perto do Cemitério Municipal de Marialva (17 km a leste de Maringá), no centro da cidade, está deixando os moradores da região revoltados. A maioria das pessoas queixa-se do lixo que é jogado diariamente no local e do fogo que é ateado nos entulhos e pneus. A fumaça escura que sobe do terreno, além de causar problemas respiratórios, incomoda os moradores por causa da sujeira que ela provoca.
A dona de casa Maria Vanilda Brambilla, 40 anos, diz que o problema é antigo, mas que nos últimos meses, até mesmo caminhões de empresas e borracharias descarregam dezenas de pneus no local. Outro dia, três caminhões jogaram um monte de pneu aqui e depois atearam fogo. As labaredas ficaram tão altas que ninguém conseguia controlar. Foi preciso a prefeitura mandar um caminhão-pipa para apagar o fogo, disse. É raro o dia que ninguém coloca fogo no lixo. A fumaça está deixando o meu pai doente com problemas respiratórios, reclamou.
O agricultor Carlos Cássero, 28 anos, também critica a existência da área de entulho. Ele é porcenteiro e responsável por uma plantação de uva em uma chácara ao lado da área de entulho. Segundo Cássero, até lixo hospitalar é jogado ali. Estou com inflamação nos olhos e outras pessoas aqui da chácara também estão doentes por causa da fumaça tóxica, denunciou.
De acordo com o secretário de Agricultura e Meio Ambiente de Marialva, Lindalvo José Teixeira, a culpa é da própria população. São as pessoas que jogam lixo lá e depois colocam fogo, justificou. Segundo ele, a área é usada há vários anos para depósito de entulhos. Ele disse que de acordo com laudo expedido por técnicos do Instituto Ambiental do Paraná (IAP) está tudo normal. Teixeira disse não ter conhecimento sobre lixo hospitalar na área. Estamos tentando impedir que as pessoas joguem lixo no local, mas está difícil porque a população não colabora.