No dia 30 de junho de 2016, a Prefeitura de Rolândia (Região Metropolitana de Londrina) estava em festa. O então prefeito Luiz Francisconi Neto anunciava a chegada de dois hospitais. A ideia era ampliar o atendimento prestado pelo São Rafael, o único do município. E continua assim quase cinco anos depois. O sonho de ter mais instituições de saúde permanece estacionado.

Imagem ilustrativa da imagem Quase cinco anos depois, novo hospital de Rolândia ainda não saiu do papel
| Foto: Sérgio Ranalli/Grupo Folha

Um dos projetos prevê um hospital de alta complexidade, leitos de UTI, atendimento de pacientes transportados pelo helicóptero do BPMOA (Batalhão de Operações Aéreas da Polícia Militar) e programa de residência médica, somando um investimento de mais de R$ 20 milhões, como mostra uma reportagem publicada no site da prefeitura na época que a notícia foi divulgada. A FOLHA não conseguiu apurar como anda a execução da outra proposta.

Este empreendimento deve ser erguido pela empresa Sercem Clínica Médica e Serviços Hospitalares. O terreno escolhido tem mais de 40 mil metros quadrados e fica na rua Willie Davids, próximo ao Contorno Sul, na saída para Arapongas. Até agora, apenas a terraplanagem foi feita. No último dia 15, os 10 vereadores de Rolândia enviaram um requerimento ao prefeito Aílton Maistro (PSL) cobrando informações do andamento da obra.

No dia 24 de março, a Sercem respondeu os parlamentares. De acordo com o documento, a construção só não evoluiu porque há uma estação de tratamento de esgoto da Sanepar (Companhia de Saneamento do Paraná) perto da área destinada ao hospital. "Não se torna possível a realização da construção em razão da proximidade, como também por motivos sanitários", escreveu o advogado Fábio Martins Pereira, que representa a empresa.

A Sercem procurou a Sanepar para tentar resolver o impasse. Em um ofício enviado no dia 4 de janeiro, a companhia disse que o ponto de tratamento só deve ser desativado até o segundo semestre de 2024. No entanto, ressaltou que o cronograma "pode sofrer alterações". A manifestação foi assinada pelo diretor de Operações, Sergio Wippel.

Em nota, o órgão informou que "em julho do ano passado, a Sanepar encaminhou solicitação à Prefeitura de Rolândia para receber informações atualizadas sobre a implantação do Hospital em área vizinha à ETE Cafezal, a fim de discutir cronograma de desativação. Não obteve resposta apesar de novos contatos ao logo do período. Agora, com a nova gestão da prefeitura, vamos retomar o processo"

"Continuamos com o interesse em construir o hospital, mas esse problema precisa ser resolvido. Com a paralisação, um novo estudo de viabilidade terá que ser feito. Os investidores apenas pediram uma área que fosse próxima a uma rodovia. Foi a própria prefeitura que indicou aquele local", argumentou Pereira. A FOLHA tentou contato com o ex-prefeito Francisconi, mas ele não atendeu as ligações.

REPERCUSSÃO

O vereador Guilherme Spanguemberg (PTB) afirmou que a vinda de outro empreendimento hospitalar desafogaria o São Rafael. "Isso fica mais evidente em tempos de pandemia. Nosso hospital vive superlotado. Não há espaço para atender mais ninguém", comentou.

Já Isaac Altino (PTB) disse que os moradores poderiam ser beneficiados com outras especialidades médicas. "Tive que trazer minha mulher para uma consulta em Londrina porque Rolândia não tem esse tipo de atendimento", pontuou.

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