O anúncio de que a Secretaria de Educação de Londrina pretende construir uma a quadra poliesportiva junto à escola localizada no Jardim Igapó, zona sul, tem gerado reclamações entre muitos moradores. Isso porque a obra, segundo o projeto, ocupará parte do campo de futebol localizado na Praça Pedro Pezzarini. A área de lazer é tradicionalmente usada principalmente nos finais de semana.
A quadra esportiva beneficiará alunos da Escola Municipal Maestro Andréa Nuzzi, que fica ao lado da praça. Como a instituição não possui terreno próprio, disponível, optou por fazer a quadra na praça. A verba viria do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), que está disponibilizando recursos para esse fim para escolas com mais de 100 alunos.
Teresa Mendes de Souza é mãe de uma aluna e contou que recebeu uma convocação da Secretaria de Educação para debater o assunto, mas que não houve uma discussão prévia com a população do bairro. Ela relatou que mora no bairro desde criança e que acabar com o campo seria um desrespeito com a história do Jardim Igapó. "Participamos da reunião e colocamos a importância da manutenção do campo, mas antes de fazermos nossas colocações éramos cortados e não podíamos concluir nosso raciocínio", reclamou.
Outro morador da região, Paulo Mendes, afirmou que a construção de uma quadra coberta em praças tende a atrair moradores de rua. Segundo ele, sem a presença dos boleiros para cuidar do campo, a praça ficaria abandonada. "Como a escola não tem salas para o 5º ano, pelas diretrizes e bases da educação, não poderá mais abrigar uma escola municipal e terá de ser desativada, e a intenção é transformá-la em um centro de educação infantil, para crianças de 0 a 4 anos, ou seja, a quadra poliesportiva não terá mais utilidade para eles e isso se transformará em um elefante branco", reclamou.
Segundo o boleiro José Geraldo da Silva, de 51 anos, que nasceu e cresceu no bairro, o campo é frequentado por 150 pessoas. "No início era um 'terrão', não tinha gramado. Essa tradição de jogar bola aqui foi passando de geração em geração. As primeiras pessoas que jogavam aqui são avós das pessoas que jogam atualmente", recordou.
"Não vamos acabar com o campo de futebol. Ele será reduzido para um campo de futebol 7", afirmou a arquiteta e gerente executiva da Secretaria da Educação, Viviane de Fáveri Pitz. Ela destacou que na região existem outras áreas de lazer com campo de futebol.