O Programa de Voluntariado Paranaense (Provopar), em Foz do Iguaçu, recebeu ontem a doação de um lote de cigarros apreendidos e reciclados, avaliado em R$ 1,4 milhão. O repasse feito pela Receita Federal é o primeiro resultado do projeto ecológico, criado como alternativa à destruição do produto, normalmente incinerado.
A entidade recebeu 2 mil fardos, com 408 pacotes de cigarros triturados, pesando 100 toneladas. O carregamento será vendido para uma empresa de Medianeira (58 quilômetros a nordeste de Foz). O valor não foi divulgado. A firma assumiu o compromisso de usar o material reciclado na recuperação de solos degradados e na preservação ambiental, embora os resíduos ainda contenham o plástico dos maços.
A doação foi possível graças ao sistema de trituração implantado na primeira quinzena de março. A destruição dos cigarros é semelhante ao sistema usado para reciclar papel. O produto é destruído numa máquina, da maneira como foi apreendido: dentro da embalagem com dez maços. Depois, segue de uma esteira até uma prensa que transforma os resíduos em fardos.
Segundo o órgão federal, a queima necessita de uma caldeira industrial, com filtros nas chaminés para evitar poluição do ar, mas há poucos equipamentos com esses requisitos em cidades do Oeste do Paraná. A incineração foi mantida, porém agora é usada em menor escala. A Receita tem obrigação de destruir cigarro contrabandeado, que lidera o ranking de apreensões, representando 45% dos produtos que entram ilegalmente pela fronteira.