As atividades do Super Bingão dos Importados, sob investigação policial por suspeita de fraudes, estão sendo apuradas também pela Promotoria de Defesa do Consumidor. A Promotoria iniciou investigação preliminar na semana passada, para saber se o bingo obedece à Lei Zico, de fomento ao esporte amador, e se o Serviço de Loterias do Paraná (Serlopar) está cumprindo a obrigação de fiscalizar os sorteios e entrega de prêmios.
Os promotores adiantam que o Serlopar poderá ser responsabilizado, caso fique comprovado que não exerce a fiscalização. A direção do órgão informou que desconhecia as irregularidades e que abriu processo administrativo sobre o caso.
A Promotoria também pediu informações à Federação Paranaense de Handebol (FPHD). Como acontece com outras entidades, a FPHD empresta o nome para que a empresa que faz os bingos possa se beneficiar da Lei Zico.
Pela lei, 65% do dinheiro arrecadado com a venda de cartelas deve ser destinado a premiações. Dos 35% restantes são abatidos impostos e despesas e o que sobra deve ir para o fomento ao esporte - o que resulta num percentual não determinado e fácil de ser manipulado. A Promotoria quer saber quanto a FPHD está recebendo e os termos do contrato com a Inavel Promoções, Publicidades e Eventos Ltda., empresa de Brasília que detém a marca ‘‘Super Bingão dos Importados’’.
Ontem a Federação divulgou comunicado afirmando que o contrato com a Inavel ‘‘obedece a todas as exigências da lei vigente’’. O presidente da entidade, Décio Roberto Calegari, afirma que não fará outra manifestação enquanto durar a apuração do caso pela polícia. O inquérito tem depoimentos de cinco pessoas que acusam o Super Bingão de não entregar prêmios e de realizar sorteios viciados.
A Justus Auditores Independentes, contratada para acompanhar os sorteios do Super Bingão, também não prestou informações. A coordenadora da área técnica, Rosane Chibilski, disse que o auditor responsável estava viajando e que a empresa aguarda um contato dos promotores do bingo.