Atuando em Londrina há quatro anos, o MMA (Ministério de Missões e Adoração) desenvolve ações para beneficiar três públicos: moradores de rua, crianças e adolescentes, e famílias carentes. Só para a população em situação de rua são disponibilizadas uma casa de passagem e quatro repúblicas, que juntas somam cerca de 70 vagas.

Pessoas atendidas pelo entidade têm aulas de luta
Pessoas atendidas pelo entidade têm aulas de luta | Foto: Gustavo Carneiro

Outras duas casas de acolhimento são destinadas para crianças e adolescentes com vínculos familiares rompidos. No jardim São Jorge, na zona norte da cidade, são acompanhados 70 meninos e meninas diariamente, com refeições e outras atividades. Entretanto, com a pandemia do coronavírus, a manutenção da iniciativa começou a “esbarrar” nas dificuldades geradas pelo atual momento, principalmente, na parte financeira. “Antes da pandemia conseguíamos servir duas refeições todos os dias, mas com tudo isso que estamos vivendo, a captação diminuiu e tivemos que reduzir a uma. Às vezes é a única naquele dia para ela”, relatou Juciano Massacani, fundador do MMA.

Na sede do ministério, situada no jardim Sabará, zona oeste, são ofertadas aulas de luta, como taekwondo e jJiu-jitsu, para pessoas carentes. Aqueles que podem, contribuem com um valor simbólico para manutenção do lugar, no entanto, isto não é uma condição para participar. De acordo com Massacani, o projeto teve que encontrar novas formas de angariar fundos para se manter com a queda na receita, com venda de marmitas, sacos de lixo e bazares.

“Recebíamos de doações aproximadamente 1,5 tonelada de alimentos e agora não passa de 400 quilos. Isto, em um momento em que a demanda aumentou muito. O básico até conseguimos, como arroz e feijão, mas carne, produtos de limpeza e higiene pessoal é raramente”, afirmou. “Vemos situações de crianças que ficam uma semana sem tomar um banho, que são carentes de afeto”, acrescentou.

ABORDAGEM SOCIAL

No trabalho com a população de rua, o MMA é responsável pela central de vagas que recebe as pessoas que vêm por meio da abordagem social. Posteriormente, são direcionadas às repúblicas. O município repassa um montante pela parceria, porém, não cobre todas as despesas.

Atuando na área social há aproximadamente dez anos, Massacani contou que o projeto nasceu justamente com a atenção à população em situação de rua. “Iniciei uma casa de missão, com acolhimento para quem vivia nas ruas, com banho e descanso. A instituição foi crescendo e fomos vendo a necessidade de complementar com mais ações”, relembrou. Depois, foi fundada a igreja que leva o mesmo nome do projeto, no entanto, os trabalhos não têm ligação direta com a religião.

VOLUNTARIADO

Todas as iniciativas contam com o apoio de voluntários. São cerca de 30 pessoas que encontram no ajudar o próximo uma maneira de melhorar a sociedade. “Para mim é uma realização plena de vida saber que, mesmo fazendo tão pouco, posso fazer a diferença para alguém. O pouco pode mudar vidas. É mais fácil amar quem está do meu lado, mas e o outro?”, pontuou Dariella Basso, presidente da Associação MMA.

Neste contexto, as lideranças estão à procura de mais voluntários, para expandir as atividades, em especial, no São Jorge. “São crianças que precisam ocupar o tempo, queremos levar para elas oficina de artes, dança, música. Serão bem-vindas pessoas de diversas áreas e independentemente de religião. Tudo é com muito amor”, frisou Juciano Massacani, que também é pastor. Entre as ideias está a oficina de esporte no São Jorge. Um professor já se disponibilizou para as aulas, contudo, faltam os equipamentos, como tatame e roupas.

Realização de bazar é uma das alternativas para arrecadar recursos e manter as atividades
Realização de bazar é uma das alternativas para arrecadar recursos e manter as atividades | Foto: Gustavo Carneiro - Grupo Folha

PERSPECTIVA

Eles ainda refletem que a população em geral tem “despertado” o sentimento de solidariedade durante a atual crise de saúde e econômica. “Mas muitas não conhecem o lado mais vulnerável de Londrina. A sociedade precisa se movimentar em prol de quem mais precisa. Lembram do centro, porém, esquecem da periferia”, ponderou Massacani. “Para quem recebe o auxílio os projetos são continuidade, restabelecimento da autoestima. Não buscamos só alimentação, mas dar perspectiva de vida para que tenham condição de cursar uma faculdade, crescer”, apontou Basso.

SERVIÇO – Mais informações pelo telefone (43) 3347-1383, WhatsApp (43) 98827-5527 ou site associacaomma.org.br/ .