Em 2015 um grupo de seis estudantes da UTFPR (Universidade Tecnológica Federal do Paraná) de Medianeira (Oeste) criou um alimentador de cães em formato de osso, que serve também como banco de descanso. A estrutura possui um comedouro, onde é disponibilizado ração para os animais de rua, além de um bebedouro para eles. O ponto também possui sinal wi-fi da universidade, para que os alunos possam descansar no local e usar a internet. Nos últimos anos o projeto perdeu visibilidade e tem tido dificuldades para conseguir doadores.

Imagem ilustrativa da imagem Projeto AlimentaCão precisa de doadores
| Foto: Divulgação/Projeto AlimentaCão

“No início a receptividade e a repercussão foram maiores. Hoje em dia estamos tentando recuperar essa imagem. Atualmente só existe a parceria com o DCE (Diretório Central dos Estudantes). Eles ajudam a manter a proposta, e o dinheiro é revertido em ração”, destaca a presidente desse projeto de extensão da UTFPR, Joanna Dayse Santos Freire, aluna do 5° período de engenharia de produção. Ela relata que o grupo possui oito estudantes de diferentes cursos.

Segundo Freire, são consumidos uma média de 2 kg de ração por dia. “Essa ração é fruto de doações, em sua maioria dos próprios estudantes”, observa. Ela explica que recentemente o grupo teve de trocar o banco, pois ele fica em local aberto e é feito de madeira. “Esse dinheiro saiu do programa, pois não encontramos parcerias disponíveis.”

A estudante diz que há apenas uma dessas estruturas, mas existe a intenção de aumentar. “Já temos cano de PVC para implantar outro comedouro e bebedouro”, observa. Ela ressalta que o foco são os animais que não possuem proprietários, no entanto em Medianeira há um número alto de animais que possuem donos e que, mesmo assim, os deixam na rua. “A grande maioria dos cães vai sozinho até lá se alimentar", relata. “Participar de tudo isso é ótimo, pois temos um grupo persistente que mantém o projeto vivo. O frustrante é não conseguir realizar todas as ações desejadas por não ter parcerias.”

INÍCIO

Étore de Larmelina foi um dos membros originais do AlimentaCão, mas hoje não faz mais parte. Ele era aluno do curso de engenharia de produção. “O projeto foi criado para a disciplina de empreendedorismo social e foi concebido porque o campus possuía muitos cachorros de rua, o que havia se tornado um problema de saúde pública e também de segurança. Queríamos combater o problema de forma humanizada. Com os anúncios que eram veiculados no local fazíamos a castração dos animais que pegávamos na rua e sempre tentávamos doá-los. Os que não conseguíamos doar eram castrados e os mantínhamos por dez dias, até que eles se recuperassem da cirurgia e depois eram devolvidos para a rua”, relembra. Na época o grupo realizava em média três castrações por mês.

Ele relembra que na época era fácil conseguir os anunciantes para o espaço devido ao desenho do banco em formato de osso, que despertava a atenção. Ele conta que para o projeto sair do papel o grupo conseguiu a ajuda de vários comerciantes, que doavam cupons de desconto. “Com esse cupom se um lanche custava R$ 15 era vendido por R$ 10. Pegamos vários cupons de diversos estabelecimentos, reunimos o equivalente a R$ 200, criamos um livreto, vendemos 500 deles para os universitários. Esse foi o nosso capital inicial”, destaca.

SERVIÇO - Mais informações sobre o projeto no Facebook: fb.com/AlimentaCaoUTFPR