Há sete anos, Glédia Domingues da Silva, 36, produz doces e salgados para vender, mas há três ela passou a fazer parte de um dos 32 empreendimentos cadastrados no Programa Municipal de Economia Solidária de Londrina. Com a produção e venda de panetones e pães de mel decorados, ela espera aumentar a renda da família. Nesta quarta-feira (20), Silva e outros empreendedores tiveram os produtos da campanha de Natal lançados em evento no Centro Público de Economia Solidária.

Roupas, decoração, itens de cozinha, doces, enfeites, o leque de opções é grande
Roupas, decoração, itens de cozinha, doces, enfeites, o leque de opções é grande | Foto: Lais Taine - Grupo Folha

“Eu tenho três filhos e com o meu trabalho eu complemento a renda da família”, conta Silva. Essa é a primeira vez que ela produz panetones para vender. “Minha família saiu de Cambará (Norte Pioneiro) em busca de oportunidades aqui em Londrina há três anos. Eu fazia doces e salgados na minha cidade e continuei aqui, então me juntei ao programa como forma de divulgação do meu trabalho. Eu moro na zona norte, oferecer produtos aqui no Centro acaba abrindo portas”, revela a doceira. Os mini panetones feitos por ela custam R$ 5 e ela aceita encomendas para os maiores.

Érica Enomoto Ribeiro, 39, é artesã e participa do Programa. Ela herdou o dom da avó e da mãe, que também são empreendedoras no espaço. “Tem enfeite de porta, Papai Noel, pinheiro, pano de prato bordado, caminho de mesa... Eu costuro, minha mãe borda”, comenta. Ribeiro trabalhava com o marido na venda de hortifruti, mas decidiu focar na produção de produtos artesanais como reconhecimento do próprio dom. “Hoje eu faço o que eu gosto, escolhi isso por qualidade de vida”, revela. “Aqui temos o benefício de termos duas lojas à disposição em Londrina, uma vitrine para os nossos produtos”, afirma.

Érica Ribeiro, artesã: "Hoje faço o que gosto"
Érica Ribeiro, artesã: "Hoje faço o que gosto" | Foto: Lais Taine - Grupo Folha

VALORIZAÇÃO
O coordenador do Programa Municipal de Economia Solidária, Rodrigo Zambon, revela que o período é importante para os empreendedores. “Assim como a Páscoa, o Natal permite que os empreendedores tenham quase o dobro do faturamento em comparação a outros meses”, aponta. Para ele, os resultados colhidos em 14 anos de Programa são motivo de orgulho. “Nesse tempo, diversas pessoas oriundas, principalmente, da política de assistência social conseguiram gerar trabalho e renda, saíram dos benefícios sociais e agora sustentam a família com esse trabalho aqui”, afirma.

Zambon destaca que o espírito do programa não é caridade, mas oportunidade. Ele acredita na valorização do trabalho das quase 100 pessoas envolvidas que produzem itens de qualidade de fácil acesso aos londrinenses. “Por se tratar de artesanato, são peças singulares, nunca vai ser a mesma, diferente da linha de produção das grandes empresas. O londrinense que comprar aqui colabora com a economia local e valoriza a qualidade do produto”, defende.

A secretária Municipal de Assistência Social, Jaqueline Marçal Micali, esteve presente no evento e falou sobre a importância do trabalho realizado, principalmente com as famílias atendidas pela Pasta. “Aqui é a porta de saída de 19 mil famílias que nós atendemos, que são excluídas do mercado de trabalho, que chegam através da sua habilidade pessoal e transfere isso em uma renda para si e para sua família”, afirma. “É algo que existe há 14 anos, que nós pretendemos manter, aprimorar a cada dia mais, porque aqui é simplesmente um foco, mas nós estamos nos bairros aonde atendemos lá nos territórios.”

Imagem ilustrativa da imagem Programa de Economia Solidária lança produtos natalinos
| Foto: Lais Taine - Grupo Folha

COMPRAS
Roupas, decoração, itens de cozinha, doces, enfeites, o leque de opções é grande. Vera Rubo, 56, aproveitou para levar duas sacolas cheias de produtos natalinos. “Eu venho todo ano, o trabalho delas é maravilhoso, já comprei, encomendei coisas, cada ano elas se superam”, revela animada. Para ela, é a oportunidade de adquirir trabalho de valor agregado, regional e a preço justo. “É um trabalho feito à mão, a gente tem que valorizar”, destaca. Rubo até sugere alguns itens. “O porta panetone é um lindo presente e dá para colocar na mesa para servir, custa R$ 18, é acessível”, sorri.

O evento foi realizado em parceria com a Congregação das Irmãs da Pequena Missão para Surdos e contou com diversas autoridades, como o vice-prefeito, João Mendonça.

SERVIÇO - Os interessados em adquirir algum produto do Programa pode se dirigir ao Centro Público de Economia Solidária, na avenida Rio de Janeiro, 1278, de segunda a sexta-feira, das 9h às 17h ou no Café e Arte, na praça 7 de Setembro, que fica aberto de segunda a sexta-feira, das 9h às 17h e aos sábados, das 9h às 13h.