Os professores de escolas municipais de Curitiba estão preocupados com o teor do Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) do magistério que será divulgado amanhã. O plano já está pronto, mas está sendo mantido em segredo pela Prefeitura de Curitiba. Na segunda-feira, serão realizadas reuniões com representantes de segmentos envolvidos com a área de educação para apresentação e discussão do plano. Um dos pontos que deverá fazer parte do PCCS é o estabelecimento da carreira única, com vagas limitadas para a progressão de nível.
A medida já nasce provocando descontentamento nos professores da rede municipal. Segundo a presidente do Sindicato dos Servidores do Magistério Municipal de Curitiba (Sismac), Josete Dubiaski da Silva, o plano não garante a progressão na carreira pela graduação. Seria exigido uma espécie de concurso para que os professores pudessem passar de um nível para outro. ‘‘Esta vai ser a única profissão em que ter a formação não significa rendimento’’, declarou ela.
Os professores insistem numa proposta apresentada em 1998 para a prefeitura de Curitiba e Câmara Municipal e que teve o acompanhamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). ‘‘O ponto central da nossa discordância é o pagamento pela habilitação. É fundamental isto’’, afirmou. De acordo com o plano do Sismac, os professores teriam ainda uma espécie de pontuação por cursos de qualificação de pequena duração. A cada dois anos, a pontuação seria revista e o profissional poderia progredir na carreira.
A carreira de magistério é dividida em seis níveis e nove referências em cada nível. A cada referência, o professor teria direito a 3% de gratificação. ‘‘Isto não ocorre hoje, porque professor com oito anos de trabalho ganha o mesmo do que o que entra hoje no magistério’’, salientou. Atualmente, são 6,8 mil professores em 134 escolas municipais. O piso salarial seria de R$ 345,00. Mas os professores recebem uma gratificação desde 1994, que eleva o salário inicial para R$ 418,00.