Professores da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e do Centro Federal de Ensino Tecnológico do Paraná (Cefet-PR), em greve há mais de dois meses, fizeram protesto ontem na Boca Maldita, em Curitiba. A manifestação, segundo eles, tinha o objetivo de explicar à população que a greve persiste porque o Ministério de Educação (MEC) recuou tirando o termo de acordo, no último dia 31, depois de uma semana de negociações. A manifestação aconteceu simultaneamente em várias capitais brasileiras. Em Brasília, a intenção foi sensibilizar o presidente Fernando Henrique Cardoso, para que assuma as negociações com os docentes.
Segundo o presidente do Sindicato dos Docentes do Cefet (Sindocefet), Edson Fagundes, o impasse persiste porque os professores estão exigindo do governo o cumprimento das propostas apresentadas na última rodada de negociações. O acordo, segundo ele, previa a incorporação da Gratificação de Atividade Executiva (GAE) aos salários e diminuía as diferenças entre as gratificações concedidas aos professores do ensino médio e superior. Também previa a extensão de 60% das gratificações aos aposentados e abertura de concurso público.
''Só para se ter uma idéia, dos 1,2 mil professores do 3º grau dos Cefets do Estado, apenas 300 são concursados. O que está ocorrendo é desvio de função'', denunciou Fagundes. Segundo ele, se a greve persistir por mais tempo, os alunos que estão concluindo o ensino médio, serão os maiores prejudicados, porque não poderão prestar vestibular para os cursos de ensino superior da própria instituição, já que não terão concluído o ano letivo.
Os exames para alunos que queiram ingressar no ensino médio na seis unidades do Cefet existentes no Paraná estão programados para os dias 2 e 3 de dezembro. ''Porém, se não houver abertura de vagas pelos mais de 400 estudantes que deveriam estar concluindo o ensino médio, o exame fica comprometido. Para não prejudicar esses alunos estamos lutando pelo final da greve'', destacou o sindicalista.
Na UFPR , a greve também pode comprometer o vestibular programado para acontecer de 16 a 18 de dezembro. Se a paralisação persistir até o dia 5 do próximo mês, a suspensão do concurso será inevitável, segundo o presidente da Comissão Central de Concurso Vestibular (CCCV) da instituição, Dartagnan Emerenciano.