A secretaria municipal de Saúde de Primeiro de Maio (Região Metropolitana de Londrina) interrompeu a aplicação da vacina da AstraZeneca. A decisão foi tomada após um problema no refrigerador em que ficam armazenados diversos imunizantes usados na cidade, inclusive, contra outras doenças, além do coronavírus. A intercorrência foi descoberta no dia 18 de outubro, quando os servidores chegaram para trabalhar.

Sesa aguarda parecer do INCQS sobre descarte ou utilização das doses da vacina
Sesa aguarda parecer do INCQS sobre descarte ou utilização das doses da vacina | Foto: Gustavo Carneiro

“A aferição é feita três vezes ao dia: começo da manhã, tarde e fim de expediente. Tivemos campanha de vacinação no sábado (16) e na segunda-feira foi notada uma elevação da temperatura da geladeira”, relatou Maria Ritha Xicarelli Casanova, secretária municipal de Saúde. Após a verificação, a pasta notificou a 17ª Regional de Saúde e os imunobiológicos foram colocados em “quarentena”, até parecer dos fabricantes ou reposição das doses.

Até esta quinta-feira (28), nenhuma das duas opções tinham sido sinalizadas ao município. “Estamos providenciando uma maneira para compensar (a paralisação da aplicação) o mais rápido possível”, garantiu Casanova. A secretária, no entanto, não definiu prazo para a retomada da campanha de vacinação anticovid com AstraZeneca e também não informou quantas doses foram recolhidas e nem quantas pessoas estão à espera da segunda dose.

Morador da cidade, um homem de 35 anos, que preferiu não ter o nome divulgado, tentará tomar a segunda dose do imunizante em Londrina, onde trabalha. Ele recebeu a primeira dose em Primeiro de Maio em julho e o comprovante fornecido pela secretaria indicava essa semana para a dose completar do esquema vacinal, o que não aconteceu. “O problema é falar que não tem previsão. Pode ser mês que vem, depois. Essa semana não vai ser aplicada. Tomei a primeira dose e vai ficar só assim?”, questionou.

OUTROS FABRICANTES

A campanha de imunização com doses de Coronavac e Pfizer segue normalmente, já que remessas desses fabricantes têm sido enviadas com mais frequência. “São doses que temos em estoque. A Pfizer estamos utilizando com os idosos, para terceira dose, e em adolescente, então, está disponível. O Estado tem reserva técnica. Se acabar perdendo (as doses de AstraZeneca) terá como fornecer”, argumentou.

AVALIAÇÃO

Por meio de nota, a Sesa (Secretaria de Estado da Saúde) disse que todas as notificações relacionadas à temperatura foram inseridas num sistema chamado “RedCap”. A secretaria ainda afirmou que essas informações são recebidas pela CGPNI (Coordenação Geral do Programa Nacional de Imunizações) e, posteriormente, encaminhadas para avaliação do INCQS (Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde).

“O parecer quanto à utilização ou descarte das vacinas é emitido pelo INCQS e o tempo depende da demanda de atendimento do mesmo, devido atender as 27 unidades federadas e o Distrito Federal. Após o recebimento do parecer, a Sesa fará a reposição das vacinas”, destacou o texto encaminhado à reportagem.

De acordo com levantamento do Governo do Estado, Primeiro de Maio já aplicou 8.130 primeiras doses, 4.020 segundas e 145 doses únicas. A cidade tem pouco mais de 11 mil habitantes. Desde o início da pandemia de coronavírus foram 1.468 casos confirmados e 38 óbitos.

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