Considerada uma das mais superlotadas delegacias de Curitiba e em situação constante de risco, o 11º Distrito Policial, na Cidade Industrial (região oeste da cidade), registrou, na noite de sexta-feira, a morte do preso Paulo César Correia, de 26 anos. Ele foi assassinado pelos colegas de cela.
Na quarta-feira, representantes do Centro de Direitos Humanos dos Policiais do Paraná, da Comissão Nacional de Direitos Humanos e do Movimento Tortura Nunca Mais, tentaram visitar os presos do distrito. Foram impedidos de entrar na delegacia, sob a alegação de falta de segurança.
Segundo o delegado titular Joel Beni de Oliveira, apenas três policiais civis fazem plantão no local e, além da carceragem, têm de entregar intimações e fazer diligências. Na delegacia estão 140 presos, onde só caberiam 40.
A polícia ainda não explicou a causa da morte do preso, mas evidências apontam para os problemas decorrentes da superlotação. Essa teria sido a forma de abrir espaço nos cubículos.
A superlotação também seria a causa das fugas constantes no distrito. No final de 1999, fugiram 99 detentos. A última fuga ocorreu em 16 de setembro. ‘‘Hoje temos uma situação constante de risco. Os presos têm que ficar soltos nas galerias por causa do espaço, que é muito apertado’’, afirmou o delegado.
Essa foi a segunda morte de preso em distritos de Curitiba em menos de uma semana. Na noite de terça-feira, o preso Claudecir Assunção Dias, de 19 anos, morreu no Hospital do Trabalhador, depois de ter sido espancado na cela do 8º Distrito Policial, no bairro Portão.