Em comemoração ao Dia da Mulher, foi lançado ontem o Programa de Educação à Distância para detentas da Penitenciária Feminina do Paraná, em Piraquara, Região Metropolitana de Curitiba. A iniciativa é uma parceria entre a Ordemm dos Advogados do Brasil (OAB), seção Paraná, e a Secretaria Estadual de Segurança Pública.
A duração dos cursos, que são profissionalizantes, será de 60 a 90 dias. Cada 18 horas de aula será abatido um dia de pena da presidiária. As opções são de redação, administração de salão de beleza, informática gerencial, contabilidade e matemática básicas e vendas. ‘‘Escolhemos cursos que priorizem o trabalho autônomo’’, explicou a responsável pelo programa de profissionalismo da penitenciária, Sônia Monclaro Virmond.
O Serviço Nacional do Comércio (Senac) vai ser o responsável pelos cursos. Sônia diz que em 15 dias as detentas devem receber o kit com as apostilas. A penitenciária já oferecia alguns cursos profissionalizantes, e no local também há uma escola de primeiro e segundo graus supletivos.
Um professor do Senac vai ficar à disposição das detentas para sanar dúvidas. No fim do curso será feita uma avaliação de aproveitamento e concedido um diploma.
A conselheira estadual da OAB-PR, Lúcia Beloni Corrêia Dias, foi a mentora do projeto. Ela firmou parceria com o Fundo Penitenciário, que vai disponibilizar R$ 700,00 para custear o valor dos cursos. Para cada aluna, o Senac vai cobrar uma taxa entre R$ 10,00 e R$ 25,00.
Segundo Lúcia, a iniciativa possibilita a inserção social das detentas quando estiverem em liberdade, em cumprimento à Lei de Execução Penal, e abre novas frentes de trabalho dentro da própria prisão. Ela diz que a intenção do projeto é oferecer a todo sistema penitenciário do Paraná esse modelo de ensino.
A Penitenciária Feminina possui 152 detentas, das quais 80 se inscreveram para o projeto. Alguns cursos exigem pré-requisitos, como o 1º ou 2º grau. Maria Coelho da Silva, 22 anos, escolheu pelo curso de contabilidade básica. ‘‘Já fiz três cursos no Senac, e sei que são muito bons’’, afirmou. Adalgisa Maria Ferreia Guiera, 37, optou por informática gerencial. ‘‘Já trabalhei com computador e tenho parentes que poderiam me empregar depois se eu fizer o curso’’, revelou.