A Prefeitura de Londrina promete instalar nas próximas semanas um novo alambrado para isolar o Parque Ecológico Municipal Doutor Daisaku Ikeda, numa extensão que vai da ponte até próximo da mata e da rodovia João Alves da Rocha Loures, na zona sul. Nesta semana foram colocadas barreiras de concreto nas duas entradas e saídas de veículos, além de faixas zebradas. No entanto, os buracos nos atuais arames possibilitam que qualquer pessoa consiga entrar ou sair a pé.

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O isolamento do parque acontece após o MP-PR (Ministério Público do Paraná) expedir uma recomendação administrativa ao município, indicando uma série de intervenções de segurança e melhorias a serem adotadas, sob risco de ação contra o prefeito Marcelo Belinati e os secretários envolvidos por improbidade administrativa. Foram elencados prazos para que os serviços fossem realizados, variando de 15 dias há seis meses.

O secretário municipal de Ambiente garantiu que as ações de segurança já estavam sendo estudadas. “Tínhamos a expectativa de fazer algumas manutenções. A parte do fechamento ficou para a secretaria de Obras executar, como já fez com a new jersey. Vamos fazer outras intervenções internar, com placas de advertência. No passado colocamos estas placas, no entanto, foram furtadas”, elencou Ronaldo Siena.

Banheiros e antiga área administrativa estão vandalizados e acumulando sujeira
Banheiros e antiga área administrativa estão vandalizados e acumulando sujeira | Foto: Pedro Marconi

Próximo ao barranco para o ribeirão Três Bocas a Defesa Civil colocou cavaletes alertando sobre o perigo de desabamento e também estendeu faixas zebradas, para evitar que as pessoas se aproximem. “Até que consigamos efetuar projetos para que o público possa visitar novamente, não é uma área segura. Estamos fazendo medidas paliativas, mas que se não tiver a conscientização das pessoas, não adianta, porque é uma área muito grande”, destacou. O parque tem mais de 120 hectares.

MORTE THIAGO VINICIUS

As ações da prefeitura e a recomendação do Ministério Público acontecem depois da morte de uma criança de apenas dois anos, que completa nesta semana um mês. Thiago Vinicius estava com a mãe e o namorado dela no lugar quando o garoto teria caído no ribeirão. O corpo dele foi encontrado nas águas quase uma semana depois do desaparecimento, a nove quilômetros do parque. O laudo indicando a causa da morte ainda não ficou pronto e o inquérito segue aberto na Delegacia de Homicídios.

CHUVAS DE 2016

O parque está abandonado – e interditado - desde 2016, quando fortes chuvas destruíram a barragem da antiga usina hidrelétrica e a passarela. Sem manutenção, a parte administrativa também foi deteriorando com o tempo, sendo alvo de vandalismo e acumulando lixo. “Já são sete anos que temos que conviver com o descaso com este espaço que era bonito. Gera insegurança para os moradores. Precisou acontecer uma tragédia para verem que algo precisava ser feito”, lamentou uma moradora, que preferiu não ser identificada.

Siena afirmou que o poder público tem buscado uma solução. “A partir da recomendação da promotora surgiu a ideia de buscar parceria com universidades para que seja feito um projeto que venha a atender as necessidades e o parque voltar a ser como era antes de 2016.”

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