A Prefeitura de Londrina pretende instalar 1.100 câmeras de segurança nas escolas e nos centros municipais de Educação Infantil até 2024. "A compra das câmeras de segurança para as instituições municipais de ensino está em processo de licitação. E essa vai ser uma ação somada às ações da Polícia Militar e da Guarda Municipal, que já vêm acontecendo", explicou o prefeito Marcelo Belinat (PP), durante entrevista coletiva na manhã desta quinta-feira (26).

Os acontecimentos de violência em escolas, como no Colégio Estadual Helena Kolody, em Cambé (Região Metropolitana de Londrina), têm motivado as forças de segurança do Município a atuarem de forma integrada. "As forças de segurança de Londrina nunca trabalharam tanto em conjunto como agora. É a Guarda Municipal trabalhando junto com os batalhões da Polícia Militar e, também, com o serviço de inteligência da Polícia Civil. Isso resultou, inclusive, na diminuição dos índices de criminalidade na cidade", garantiu o prefeito.

Apesar disso, há uma cobrança por parte dos pais dos alunos quanto à segurança das crianças e dos adolescentes. Recentemente, familiares se mostraram preocupados por causa de um roubo na escola municipal Cecília Hermínia Oliveira Gonçalves, na zona oeste.

"As ações já estão acontecendo. No caso das escolas, temos a presença constante nas imediações, o contato escolar, o treinamento das equipes que trabalham nas escolas estaduais, o patrulhamento e a permanência nas imediações das instituições, o que também acontece com os guardas municipais. Atuamos na parte externa para levar segurança para a parte interna das escolas", argumentou o comandante do 5º BPM (Batalhão de Polícia Militar), tenente-coronel Marcos Tordoro, que também participou da coletiva.

O coronel Pedro Ramos, secretário municipal de Defesa Social, explica que o principal objetivo da GM é evitar que criminosos - assaltantes e promotores de ataques, por exemplo - entrem nas instituições de ensino. "É por isso que adotamos medidas no entorno das escolas. As blitzes próximas às escolas, a abordagem policial no entorno da escola, a presença do guarda municipal ou do policial militar na porta das escolas e o patrulhamento dos arredores são medidas altamente positivas que têm trazido resultados para a cidade", garantiu.

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| Foto: Caroline Knup

LEI 13.608/2024

Apesar de o secretário apontar a presença de GMs ou de PMS nas portas das escolas durante os períodos de entrada e de saída dos alunos, um grupo de pais cobra o cumprimento da Lei 13.608/2024, sancionada em julho deste ano. A lei prevê que o prefeito tem autorização para determinar que pelo menos um guarda municipal esteja nas instituições municipais de ensino durante o período escolar.

De acordo com o secretário, o ideal era que cada instituição de ensino contasse com um agente de segurança na porta nos momentos de entrada e de saída dos alunos, mas é preciso considerar o efetivo disponível. "O que estamos fazendo hoje é priorizar as atividades para que possamos dar atenção às escolas."

"Londrina tem 381 escolas e todas essas escolas têm atividades todos os dias. A Guarda Municipal, durante os períodos de entrada e de saída dos alunos, está em frente a uma escola, em regime de revezamento. E nisso temos que ter o cuidado de que os pais não façam vídeos falando que, em um determinado dia que foram levar a criança, não havia um guarda ou um policial na frente da instituição. Isso é dar informação para um possível agressor", apontou Ramos.
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AGENTES ARMADOS

A presença de agentes armados nas escolas tem sido um ponto de discussão entre as forças de segurança de Londrina, uma vez que alguns pais têm argumentado que a medida poderia ser benéfica para os alunos das instituições municipais.

A opinião, contudo, não é sustentada por boa parte dos estudiosos da segurança pública, conforme aponta o delegado-chefe da Subdivisão Policial em Londrina, Fernando Amarantino Ribeiro Gonçalves Amorim.

"Os Estados Unidos são o país que mais sofre com os ataques em escolas e os estudos feitos lá mostraram que, quando a instituição contratou um segurança armado, os casos de ataques praticamente triplicaram. Uma pessoa desarmada e que possa ver e ouvir no ambiente escolar pode ser tão eficaz, porque essa pessoa vai fazer o contato entre a instituição e as forças de segurança", detalhou.

O secretário de Defesa Social tem a mesma opinião. "A presença de agentes armados no interior das instituições de ensino não é eficaz. Existem outras formas de fazer a segurança sem um agente dentro da escola. Até porque já temos estatísticas de outros países que mostram que a violência aumenta em escolas que têm esses agentes armados", argumentou.

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INSPETORES

Uma das soluções encontradas pelo Município para atender às demandas apontadas dos familiares de alunos foi a contratação de inspetores, que serão responsáveis por realizar o contato entre as instituições de ensino e as forças de segurança.

A secretária municipal de Educação de Londrina, Maria Thereza Paschoal de Moraes, acredita que esses profissionais terceirizados devem começar a atuar no início do ano letivo de 2024.

A licitação para a contratação de 230 inspetores terceirizados para atender 121 unidades escolares de Londrina vai custar até R$ 12,2 milhões. Ao todo, 35 empresas participam do processo licitatório para a contratação de inspetores para as unidades de ensino da rede municipal. O contrato é de dois anos.