O planejamento da secretaria de Assistência Social de Londrina para o aprimoramento dos serviços voltados à população de rua também inclui a centralização da oferta de refeições em parcerias com os grupos da sociedade civil. A ideia é que os projetos de oferta de alimentação que acontecem nas ruas da cidade, especialmente na região central, passem a ocorrer no refeitório do Centro Dia. A unidade foi inaugurada em março e está sob a coordenação do Centro POP, que fica na rua Dib Libos, 25, esquina com avenida Celso Garcia Cid.

“Estamos fazendo um trabalho de conscientização junto com esses grupos para comunicar as pessoas em situação de rua sobre essas mudanças. A alimentação deve ser uma porta de entrada para que possamos atender as necessidades dessa população com o intuito de tirá-las dessas condições. São diversos fatores que fizeram com que fossem para as ruas”, ressalta a secretária de Assistência Social, Jacqueline Micali.

No levantamento da pasta, são mais de 20 grupos da sociedade civil que oferecem refeições nas ruas de Londrina a uma população formada por cerca de mil pessoas. Essa contagem foi feita na pesquisa recente do MP (Ministério Público), UEL (Universidade Estadual de Londrina), secretarias municipais de Assistência Social e Saúde, Defensoria Pública, Unopar e Movimento Nacional da População em Situação de Rua.

Um dos maiores grupos de população de rua se reunia na Concha Acústica e no Bosque (região central) em busca dessas ações voluntárias, geralmente promovidas por grupos de igrejas e associações beneficentes. “O Bosque não é o local ideal. Nosso intuito é unir esforços para atender a população de forma mais digna tanto para quem está servindo como para quem está sendo servido”, acrescenta.

EXPERIÊNCIAS

A primeira experiência ocorreu nos dias 11 e 12 de maio e, segundo Micali, contou com a parceria de quatro instituições. “No sábado, eles serviram 65 refeições e no domingo foram 160”, diz. Além do refeitório, o Centro Dia tem um cronograma diário de atividades nas áreas de terapia ocupacional, esporte, saúde e educação.

A capacidade no local é de 50 atendimentos/dia e os encaminhamentos são feitos pelo Centro POP, entre 8h e 17h. Micali adianta que os registros dos atendimentos estão sendo cruzados com os dados da pesquisa realizada com a população de rua, para que até o final da Operação Noite Fria uma metodologia possa ser desenvolvida no município para atender as necessidades desse público e do restante da população que tem cobrado ações por parte do poder público.

“Queremos ter noção sobre quantas vezes essas pessoas estão frequentando esses locais, se aceitaram algum tipo de encaminhamento, entre outros. Tudo isto está sendo feito para um estudo aprimorado”, observa.