Prefeitura pede para igreja devolver dinheiro em Maringá
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sexta-feira, 29 de junho de 2001
Marta Medeiros De Maringá
O Ministério Público ouviu ontem o depoimento do primeiro arcebispo de Maringá, Dom Jaime Luiz Coelho (foto), no inquérito civil que investiga a ilegalidade no pagamento pela prefeitura da conta de iluminação da Catedral. Nos últimos cinco anos, o município pagou, em valores atualizados, cerca de R$ 170 mil de energia consumida pela igreja. A Constituição Federal veda a subvenção de municípios a templos religiosos.
Durante um levantamento realizado no mês passado, técnicos da prefeitura descobriram que o poder público bancava a conta de luz interna da Catedral. A partir daí, o município comunicou a Mitra Arquidiocesana sobre a suspensão da conta e pediu a devolução dos pagamentos anteriores. O consumo da igreja é controlado por três relógios. Dois deles se referem à iluminação pública da praça e da fonte de água, ambos de responsabilidade do município.
A prefeitura contesta o terceiro relógio. Pedimos para a Mitra separar esse relógio para o controle externo e interno do consumo, disse o procurador jurídico da prefeitura, Alaércio Cardoso. Segundo ele, o município vai pagar a conta da iluminação externa porque entende a Catedral como um monumento da cidade.
Para Dom Jaime a situação é absurda. Estou indignado com a prefeitura porque a Catedral sempre serviu como ponto turístico da cidade, afirmou o primeiro arcebispo. Eu construí essa igreja como objeto de oração e não fui eu quem declarou a Catedral como atração turística da cidade, ressaltou. Dom Jaime disse também que a Mitra gastou R$ 70 mil para reparar a Catedral, danificada pelas instalações de luzes para a decoração de Natal. Isso tudo em benefício da cidade, acrescentou o primeiro arcebispo.