Após sete meses de trabalhos, com investimentos de R$ 1,2 milhão em recursos públicos, a Prefeitura de Londrina entregou a obra de recuperação do Museu de Arte de Londrina. O prédio fica no quarteirão da Rua Sergipe, entre as Avenidas São Paulo e Rio de Janeiro, região central da cidade.

Entre as melhorias realizadas no Museu de Arte estão a intervenção no telhado e esquadrias metálicas, pintura completa, adequação dos equipamentos de segurança, piso externo e calçada, troca de calhas e rufos, substituição total de vidros, para permitir maior conforto térmico, novos corrimãos e guarda-corpos, instalação de placas de sinalização, impermeabilização de coberturas, muros e paredes, entre outras intervenções.

O espaço é considerado um dos mais tradicionais e icônicos de Londrina e abrigou originalmente a Estação Rodoviária da cidade, com projeto dos consagrados arquitetos João Batista Vilanova Artigas e Carlos Cascaldi. “É uma obra importante para a cidade, que desde 1952 faz parte do nosso patrimônio histórico-cultural. O local foi totalmente recuperado para que, quando a pandemia passar, possamos ter um espaço adequado para as pessoas visitarem, saberem mais sobre a história e a arte da cidade e os trabalhos feitos pelos artistas de Londrina”, explicou o prefeito Marcelo Belinati.

A presidente do Conselho Municipal de Cultura, Vanda de Moraes, lembrou também a importância do espaço para a memória histórica de Londrina. “Como já dizia o escritor, aqui foi o primeiro chão pisado por muitos ‘londrinenses’. Mesmo que a recuperação tenha sido parcialmente, ela já englobou a maior parte do espaço que tanto necessitávamos e deixou ele mais organizado”, frisou.

Por ser um bem tombado pelo governo do Paraná, os trabalhos de recuperação precisaram seguir o projeto desenvolvido em 2011. Segundo explicou o secretário municipal de Cultura, Caio Julio Cesaro, as obras entregues nesta sexta-feira (31) contemplam, nessa primeira etapa, a maior parte das intervenções previstas. “O projeto de restauração do Museu de Arte de Londrina existe desde 2011 e, após várias gestões, o prefeito Marcelo Belinati teve a sensibilidade de colocá-lo em prática. Há muitos anos o espaço não recebia intervenções dessa magnitude, importantes e necessárias para preservar o espaço, que é um marco de Londrina”.

Melhoria da região central – O prefeito citou que a revitalização do Museu de Arte faz parte de um projeto maior de recuperação de toda a região central. Entre os locais que já receberam melhorias estão a Rua Sergipe, a Biblioteca Pública Municipal, a Concha Acústica e a Praça Rocha Pombo. A reforma do Bosque Central está na fase final de detalhamento dos projetos, por meio dos termos de referência dos materiais necessários à obra. Logo após, se iniciará o processo licitatório que já conta com as autorizações ambientais necessárias.

Além desses espaços mencionados, a revitalização do centro antigo conta com ações da iniciativa privada como a reforma do Cine Vila Rica e da antiga Associação Médica de Londrina, além de melhorias que a UEL (Universidade Estadual de Londrina) tem executado no prédio do Museu Histórico da cidade.

Histórico – Finalizado em 1952, o prédio que abriga o Museu de Arte de Londrina foi planejado como marco arquitetônico na cidade, sediando a estação rodoviária. No ano de 1974, juntamente com a Praça Rocha Pombo, foi a primeira obra a ser tombada pelo Patrimônio Estadual e a primeira no interior do Paraná, destacando-se, por suas características, a expressão de novos conceitos arquitetônicos no projeto, construção e utilização de obra pública. Consta no Livro do Tombo Arqueológico, Etnográfico e Paisagístico sob Inscrição Tombo 52-II, de 8 de dezembro de 1974.

Para homenagear o arquiteto, o espaço foi denominado “João Batista Vilanova Artigas”, via decreto municipal de 1985. Após restauro e adaptação, em 1993, o local passou a ser utilizado como sede do Museu de Arte, e assim permanece até hoje, sendo referência em diversidade de atrativos culturais e ponto turístico da região.