Um plano de emergência numa parceria entre a Prefeitura de Londrina e a Arquidiocese foi criado e vai oferecer estadia para moradores em situação de rua durante o período de pandemia do novo coronavírus. Ficarão à disposição para receber estas pessoas três espaços da Igreja Católica, com capacidade de atendimento em cada um de até 50 vagas.

Imagem ilustrativa da imagem Prefeitura e Arquidiocese vão acolher moradores de rua em Londrina
| Foto: Roberto Custódio/04-03-2020

Os locais serão abertos em colaboração com congregações religiosas, como as Irmãs Carmelitas. A administração municipal preferiu não divulgar os endereços alegando questões de segurança. A projeção é de que o serviço comece a funcionar até o fim desta semana.

A abordagem dos moradores de rua será feita pelos técnicos da secretaria de Assistência Social. “Aqueles que já têm vivência de acolhimento e têm mais dificuldade de locomoção deverão ficar na região central”, afirmou a responsável pela pasta, Jacqueline Micali. “O morador de rua que é idoso terá prioridade”, acrescentou.

Para ficarem recolhidos nos abrigos, os moradores de rua terão que respeitar as regras de isolamento social. “A partir do momento que entrarem, não deverão sair. Eles terão à disposição atividades de arte e educação”, apontou a secretária. Quem optar por não permanecer não vai poder retornar posteriormente. Pesquisa divulgada em 2020 mostrou que Londrina tem cerca de mil pessoas vivendo nas ruas, sendo que 6% têm 61 anos ou mais.

De acordo com o arcebispo da Arquidiocese de Londrina, dom Geremias Steinmetz, o apoio da Igreja vai ao encontro do que propõe a Campanha da Fraternidade deste ano, que tem como tema “Fraternidade e Vida: dom e compromisso". “É para alertar toda a sociedade a realidade dos moradores de rua, que deverão ficar desamparados e poderão ser vetores de transmissão da doença. Com este trabalho estamos tentando ‘atacar’ várias frentes de problemas que a sociedade enfrenta.”

A orientação é para que não seja dada esmola para os moradores de rua para que não seja prejudicada a abordagem. “Isso poderá colocar as pessoas em risco e ainda fazer com que a pessoa que está na rua não queira ir para o acolhimento”, alertou Micali.

ALIMENTAÇÃO

Também foi anunciado nesta segunda-feira (23) que haverá um centro para recebimento de doações de mantimentos e materiais na paróquia Nossa Senhora Auxiliadora, no jardim Maringá, zona sul da cidade. Poderão ser entregues no local alimentos não perecíveis, leite, fraldas geriátricas, produtos de higiene pessoal e limpeza, colchões, roupas de cama e banho.

O serviço começará na quinta-feira (26) e funcionará diariamente, das 9h às 17h. O que for arrecado será destinado para pessoas em vulnerabilidade social, com os dados da Educação, dos beneficiários de programas sociais e de fortalecimento de vínculos sendo utilizados para seleção das famílias. Tanto no acolhimento, quanto na arrecadação dos alimentos, o cuidado com a logística, manutenção e recepção será da Assistência Social.

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| Foto: Roberto Custódio/04-03-2020

Quem não tem cadastro ou não é contemplado por nenhum programa pode procurar os Cras (Centros de Referência da Assistência Social), que estão funcionando em horário reduzido, das 8h às 14h. Não está descartada que a parceria seja ampliada junto a outras denominações religiosas.

BENEFÍCIO EMERGENCIAL

Destinado a pessoas e famílias em situação de vulnerabilidade social, o chamado Benefício Eventual Emergencial, que é ofertado em âmbito municipal, terá o valor ampliado. Atualmente em R$ 82, o montante deve ser dobrado. “É um dinheiro que pode ser usado na compra de alimentos, remédios”, elencou o prefeito Marcelo Belinati (PP).