A Prefeitura de Ibiporã (Região Metropolitana de Londrina) instituiu uma força-tarefa para tentar barrar o avanço da dengue. Segundo o último Lira (Levantamento Rápido do Índice do Aedes Aegypti) divulgado na semana passada, o município está com 1,7%, acima do estabelecido como normal pela OMS (Organização Mundial da Saúde), que é 1%. Nos parâmetros do Ministério da Saúde, a cidade está em situação de alerta, classificação obtida quando a infestação não ultrapassa 3,9%.

Imagem ilustrativa da imagem Prefeitura de Ibiporã vai multar quem mantiver focos da dengue em casa
| Foto: Prefeitura de Ibiporã

A operação contra o mosquito transmissor foi criada por meio de decreto do prefeito em exercício, Alberto Baccarin, e já publicado na edição de sexta-feira (17) do Jornal Oficial, data em que o trabalho começou a valer. Segundo o coordenador de Endemias da Secretaria de Saúde de Ibiporã, Aldemar Galassi, o calendário epidemiológico mais recente mostra que são 67 casos confirmados e 749 suspeitos da doença entre 28 de julho de 2019 e 14 de julho deste ano. Três pessoas já morreram por causa da doença.

Apenas nas duas primeiras semanas de 2020, foram 142 notificações, mas nenhuma confirmação, o que não diminui a preocupação do poder públicio. O panorama coloca Ibiporã na beira do abismo para uma possível epidemia. "O governo federal considera que esse quadro é confirmado quando um município tem 300 casos a cada 100 mil habitantes. Como possuímos em torno de 53 mil pessoas morando aqui, seriam necessários 153 situações positivas. Estamos preocupando porque o exame que atesta ou não a dengue demora em torno de 20 dias para sair, o que pode elevar ainda mais essa lista", explicou Galassi.

Para o chefe do setor de Endemias, a grande novidade da força-tarefa é a maior autonomia dos agentes. Conforme o decreto, eles poderão multar os donos de imóveis que estiverem com criadouros do mosquito. Assim que a irregularidade for constatada, o proprietário ganha 72 horas para se adequar. Se os focos não forem eliminados, recebe uma multa inicial de R$ 70, que pode subir para até R$ 350 para reincidentes.

Outra mudança é que os funcionários não precisarão de uma autorização administrativa ou judicial para entrar em locais abandonados ou desocupados e que o responsável não seja localizado. O serviço, no entanto, deverá obedecer uma série de critérios descritos na determinação da prefeitura. "Além desse reforço na fiscalização, intensificaremos mutirões de limpeza com diversas secretarias nos bairros mais críticos. Vamos roçar os terrenos e tirar tudo que possa acumular água parada", salientou.

Aldemar Galassi disse que "99% dos focos da dengue estão sendo encontrados nos quintais das casas, nas plantas e vasilhas dos bebedouros dos animais. Com a permissão de entrar nas residências abandonadas, atuaremos em conjunto com a Vigilância Sanitária, que tem poder de polícia estabelecido por lei. Se houver resistências, contaremos com apoio da Polícia Militar, a quem também já solicitamos ajuda", comentou.