A Secretaria Municipal de Obras e Pavimentação de Londrina deve colocar em prática um projeto para conter definitivamente o vazamento do Lago Igapó 2, na zona sul da cidade, descoberto em 14 de fevereiro. A decisão foi tomada na quinta-feira (13), quando o secretário Otavio Gomes se reuniu com representantes do CEAL (Clube de Engenharia e Arquitetura de Londrina) e Sinduscon-PR (Sindicato da Indústria da Construção Civil do Paraná). Ele apresentou três opções para solucionar o vazamento: restaurar a comporta que se rompeu, construir um sistema de “stop logs” ou instalar comportas automatizadas.

A primeira opção foi descartada. “Não vamos resolver o problema, vamos simplesmente postergar por mais 20 anos. E nós temos duas comportas iguais, o que fizermos na que deu problema vamos ter que fazer na que não deu problema ainda, então é basicamente essa redundância”, explicou Gomes.

A decisão tomada foi unir as outras duas propostas. O engenheiro Carlos Costa Branco, projetista da barragem, vai iniciar o desenvolvimento dos stop logs e novo modelo de comporta. O próximo passo será elaborar três orçamentos com auxílio do Sinduscon-PR. A presidente da entidade, Célia Catussi, afirmou que o Sindicato irá "montar uma equipe de estudo e contribuir com informações técnicas para ajudar a Prefeitura a chegar nos melhores valores de orçamentos".

O rompimento da comporta fez com que o órgão municipal decretasse situação de emergência, no fim de fevereiro, permitindo alocar recursos financeiros e humanos para atuar na correção do problema. Sem necessidade de licitação, o prazo para a conclusão do projeto e contratação da empresa que irá realizar os serviços deve girar em torno de cinco meses, informou o secretário.

A obra ainda não possui estimativa de custo. “Nós vamos buscar empresas que são especialistas no assunto para que a gente consiga fazer uma obra do tamanho de Londrina. Talvez a gente vá através de Itaipu (Binacional), talvez Governo de Estado. Nós estamos estudando isso, mas o planejamento, juntamente com a Fazenda, que vai nos auxiliar nesse assunto, ainda não está decidido”.

PROJETO

De acordo com a segunda proposta, duas ensecadeiras temporárias serão instaladas no Igapó, uma na montante, dentro do Lago 2, e a segunda na jusante, no Lago 1, com o objetivo de isolar as áreas de trabalho da água e permitir a construção das comportas stop logs.

Por sua vez, as estruturas garantem abertura parcial ou total para regular a vazão, possibilitando o conserto da comporta danificada e manutenções periódicas. “Nós precisamos fazer dois desses stop logs, um a montante e outro a jusante. Isso significa que, se houver um problema futuro em uma das comportas e precisarmos fazer alguma manutenção, você interrompe a entrada da água, interrompe a saída, remove o que restou com bombas e passa a ter um ambiente seco para poder trabalhar”, explicou Gomes.

Além do sistema, os especialistas também acataram a opção das comportas automatizadas, que deverão expandir o ponto turístico, hoje “estático”, para um lago “dinâmico e funcional”, de acordo com o secretário. As estruturas vão permitir baixar o nível do lago 2 quando Londrina enfrentar chuvas de grande intensidade, “e, com isso, atrasar a chegada da água, por exemplo, até a Rua Joaquim de Matos Barreto, que sofre constantemente com alagamentos”.

Imagem ilustrativa da imagem Prefeitura avalia solução definitiva para vazamento do Igapó
| Foto: Roberto Custódio

Outra ideia citada durante a reunião, de construir uma barragem em gabião - gaiola metálica preenchida com pedras britadas ou seixos - ao lado da estrutura atual no Igapó 2, foi descartada por motivos de segurança.

Gomes disse ainda que o esvaziamento e desassoreamento do lago não são viáveis por hora. “Nós estamos falando de um volume gigantesco de lama tóxica, que hoje é um problema ambiental que está debaixo d' água. A partir do momento que a gente esvaziar o lago, isso passa a ser um problema na nossa atmosfera. Então esse assunto nós vamos discutir em um segundo momento”.

(Atualizada)