Com objetivo de pedir garantias para retomada do calendário escolar, o prefeito de Cambé, Conrado Scheller, esteve reunido na tarde dessa terça-feira (20) com representantes da Polícia Militar e da Polícia Civil, além do delegado Paulo Henrique Costa, que conduz o inquérito que investiga o ataque executado por um atirador e ex-aluno do Colégio Estadual Helena Kolody que provocou a morte de dois adolescentes na manhã de segunda-feira (19).

Em entrevista coletiva o prefeito cobrou das autoridades algumas garantias para que possa promover o retorno dos alunos para escolas da rede pública municipal e estadual com o mínimo de segurança. Scheller aponta que é preciso saber se autoridades conseguiram mapear toda a rede que teria dado apoio o plano de ataque do atirador de 21 anos, que foi preso em flagrante.

"Eu entendo que não é possível dar uma garantia absoluta. Ninguém está 100% seguro em local algum. Mas o que eu quero entender se essa célula do mal foi alcançada e dissipada. O que eu não posso agora é voltar as aulas neste momento sendo que o inquérito não foi concluído e de repente existem outras ações que coloquem em risco nossas crianças", disse Scheller após reunião com o delegado chefe da 10ª subdivisão policial, Fernando Amarantino Ribeiro e com o tenente-coronel Jeferson Luís Neves, do comando Regional da Polícia Militar.

A preocupação do prefeito veio à tona após a Sesp (Secretaria Estadual de Segurança Pública) divulgar na noite de segunda-feira que cumpriu um mandado de prisão contra um outro jovem de 21 anos que teria ajudado o assassino a comprar a arma e a apreensão de um adolescente que foi ouvido e liberado pela polícia civil. "Eu fiquei satisfeito de ouvir deles o empenho em finalizar esse inquérito. O objetivo é que caso existam novos elementos envolvidos, que eles possam ser alcançados pela Justiça." Os dois adultos permanecem detidos em Londrina.

Questionado sobre medidas de segurança como reformas em muros e detector de metais, o prefeito de Cambé defendeu que o enfrentamento do problema precisa de um planejamento com recursos e inteligência e não com medidas paliativas. "O problema não é local. O Governo tem essa responsabilidade precisa acionar o serviço de inteligência para identificar uma pessoa com problemas mentais ou não que fazem ameaças pela internet. Esse cidadão que matou esses dois cambeenses já deu sinais que iria fazer isso em Rolândia e qual legislação que segurou essa pessoa? Nenhuma", indagou. Scheller afirmou que o Estado é incompetente nessa questão da violência escolar disseminada pelo meios eletrônicos. "Tem que ter austeridade contra essas pessoas que disseminam o mal", completou.

O prefeito informou que uma medida adota por ele foi uma portaria por meio de decreto municipal que impõe mais rigor para os servidores não deixarem pessoas de fora das escola, como ex-alunos entrarem nas unidades escolares. "O ato simples é para responsabilizar o servidor que deixou esse portão aberto ou liberou entrada sem agendamento. O resto das iniciativas ventiladas é erguer muro e colocar detector de metais, mas tem situações que precisam ser relavadas neste momento de trauma da sociedade. O que vai funcionar de verdade é uma ação integrada com municípios, Estado e União." O prefeito também exigiu mais policiais militares nas portas das escolas quando for decidido pelo retorno do calendário escolar na rede pública.