Curitiba - A Prefeitura de Curitiba corre contra o tempo para buscar uma nova alternativa de financiamento para implantação do metrô. O prefeito Cassio Taniguchi (PFL) anunciou oficialmente ontem que o município não poderá mais contar com o empréstimo do Japan Bank of Internacional Cooperation (JBIC). Disse que em duas semanas deverão ser concluídos os estudos sobre novas linhas de financiamento até mesmo de outros organismos financeiros como o Banco Mundial ou o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Este último já está financiando o projeto que prevê melhorias do sistema coletivo de transporte no eixo Norte/Sul, o ''BID 2''.
Cassio admitiu a possibilidade de ter que abandonar o projeto do metrô elevado e partir para uma alternativa mais barata. Somente a primeira etapa de implantação custaria US$ 343,3 milhões. Técnicos do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc), informou o prefeito, já estão estudando outras propostas para o eixo da BR-116, entre elas, um metrô de superfície ou o sistema de ônibus biarticulado, que já atende outras regiões da cidade.
Cassio não esconde sua expectativa de viabilizar o metrô curitibano até o final de seu mandato, mas também admite a possibilidade de deixar a proposta para seu sucessor. ''Não é nenhuma tragédia. Vamos continuar buscando recursos'', afirmou. As novas alternativas deverão ser anunciadas também num prazo de duas semanas. Ele acredita que o sucesso de outras capitais na obtenção de recursos para o metrô ocorreu por conta de uma pressão maior por parte dos parlamentares junto ao governo federal.
O prefeito disse que o governo federal demorou três anos para conceder o aval para a contratação do empréstimo. Quando foi autorizado, o JBIC já não contava mais com a linha de financiamento que previa juros de 1% ao ano e prazo de 40 anos para pagar. O banco japonês, segundo Cassio, dispõe de outras modalidades de empréstimo, mas não com as mesmas vantagens. As outras linhas de crédito teriam juros maiores de 1,5% a 3% ao ano e prazos mais enxutos entre 10 e 20 anos.
O presidente do Ippuc, Luiz Hayakawa, afirmou que Curitiba não deve perder os recursos de R$ 5,8 milhões que já haviam sido liberados pela União para contratação dos projetos básico e executivo. Como será alterado o escopo do projeto, é bem provável que a prefeitura tenha que realizar nova licitação. A ordem de serviço com o consórcio TCBR-Vega-Dalcon que faria o projeto , segundo ele, ainda não foi assinado porque a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) órgão vinculado ao governo federal ainda não repassou o dinheiro ao município.