Prédio sem conservação na Duque de Caxias incomoda comerciantes
Edificação da década de 1930 precisa ser revitalizada para melhorar estética e a segurança, afirmam proprietários de comércios do entorno
PUBLICAÇÃO
terça-feira, 05 de novembro de 2024
Edificação da década de 1930 precisa ser revitalizada para melhorar estética e a segurança, afirmam proprietários de comércios do entorno
Matheus Camargo - Especial para a FOLHA
A falta de conservação de um prédio histórico de Londrina tem incomodado comerciantes da avenida Duque de Caxias, na região central. Empresários da região, que compõem o Núcleo Nossa Duque, destacam que o desejo é que a edificação, localizada na esquina da avenida Celso Garcia Cid, seja revitalizada. O prédio foi o primeiro em alvenaria construído na região, no final da década de 1930.
“Deveriam reformar esse prédio. Temos que entender que é a rua comercial mais antiga de Londrina; tem uma importância muito grande. Pode pintar de ouro a Duque, mas com a esquina daquele jeito vai continuar sendo feia”, reclamou Carlos Euzebio, gestor do núcleo.
“Nós não queremos que derrube, jamais. Sabemos da importância dele e merece ser mantido. Foram vários encontros (com a Santa Casa, proprietária do espaço) de três anos para cá, mas são seis meses sem nenhum contato e nenhuma resolução”, seguiu o comerciante.
O representante do núcleo sugeriu que a Santa Casa reforme o prédio histórico para ajudar na série de melhorias que a Duque de Caxias tem recebido nos últimos anos.
Segundo ele, outra saída seria ceder o local para algum comércio que tenha interesse em reformar e utilizar o espaço. “Foi um imóvel de doação, (então) podem sublocar, ceder para outra empresa, já que eles não têm lucro nenhum ali”, sugeriu Euzebio.
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GUARANÁ SUBLIME
Segundo o Roteiro Histórico-cultural da Duque de Caxias (elaborado por professores e estudantes da Universidade Estadual de Londrina), , lançado em 2022, o prédio em questão foi o primeiro em alvenaria construído no local, no lote de 1939. Ali funcionou inicialmente a Fábrica do Guaraná Sublime, depois a padaria Otto, registrada, segundo a publicação, como a primeira de Londrina, e outros comércios com o passar dos anos.
Eloisa Ribeiro Rodrigues, professora de arquitetura da UEL, destacou a importância histórica do prédio para o comércio da cidade, mas também indicou a falta de manutenção do local. “O imóvel tem proprietários, já houve tentativas de negociação junto ao Conselho da Santa Casa”, reforçou.
Dono de um estabelecimento comercial na Duque de Caxias há 40 anos, o empresário José Antônio Bernardi entende que o prédio deva ser cedido à iniciativa privada, já que segue sem conservação há anos. Ele afirma ainda que a estrutura está comprometida. “Tem que ter uma reforma, ‘segurar” a fachada, que é antiga e tradicional. É preciso mudar esse visual. Os imóveis que ficam ao lado estão ficando prejudicados e melhorar ali vai ajudar”, destacou.
Proprietária de um comércio que fica em frente ao prédio, Gisele Fanelli é mais uma a reclamar da situação. "É um prédio antigo, diferente, se fosse revitalizado ali, ok, mas está com uma aparência muito feia para a rua", afirmou ela, que acrescentou: "A calçada é um perigo. Já vimos idosos caindo, pessoas tropeçando.”
"As paredes, fachadas e telhados estão deteriorando e desabando, colocando em risco os pedestres”, opinou o empresário Marco Antônio Volse, que também tem atuado pelas melhorias na avenida Duque de Caxias.
EM USO
Por meio de nota enviada à FOLHA, a Iscal (Irmandade da Santa Casa de Londrina) informou que o espaço é usado como marcenaria. “A Iscal esclarece que no endereço funciona a marcenaria da instituição que atende todas as unidades operacionais (Santa Casa, Hospital Infantil, ambulatórios, Centro de Educação Profissional e o Instituto de Educação, Pesquisa e Inovação). A administração da Iscal está reorganizando o espaço para definir possibilidades de outros usos além da marcenaria”, explicou, sem dar detalhes sobre a manutenção.