Precariedade de ponte preocupa moradores
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quinta-feira, 04 de janeiro de 2018
Simoni Saris<br>Reportagem Local
Em janeiro de 2016, quando fortes chuvas destruíram estradas e pontes em várias regiões de Londrina, a ponte da estrada de acesso à Colônia Coroados (zona sul) também foi danificada pelas águas. A estrutura não chegou a ser interditada, mas a força da enxurrada levou embora parte dela. Dois anos e muitas chuvas depois, o problema só piorou. A prefeitura não fez o reparo em 2016 e nem em 2017 e agora os veículos transitam apenas em mão única. A passagem em mão dupla tornou-se inviável por causa do risco de desmoronamento.
"Essa ponte só foi piorando de 2016 para cá. Moro na Colônia Coroados e trabalho nessa região. Passo por aqui várias vezes ao dia e tenho muito medo, ainda mais passando com o caminhão. Botaram as placas alertando para o perigo e só, não fizeram mais nada", reclamou o lavrador Samuel Teodoro.
A cada chuva mais forte, a base da ponte vai sendo danificada pela enxurrada e boa parte do asfalto já cedeu. A comunidade não tem alternativas. O único desvio possível para evitar passar pela ponte seria a Estrada da Cegonha, mas a via também foi interditada após as chuvas de 2016 e até hoje o tráfego não foi liberado.
"O único caminho é por essa estrada, passando por essa ponte. Se ela cair, ficamos isolados", disse o mecânico Willian Aparecido de Andrade. O pai dele, Aparecido Sabino de Andrade, mora em um sítio na Colônia Coroados e conta que o risco de desmoronamento da ponte não é o único problema enfrentado pelos moradores da localidade. Cerca de dois quilômetros após a ponte, na entrada da propriedade rural dele, um bueiro entupido causa o alagamento de boa parte da estrada em dias de chuva e sem ter por onde escoar, a água desce com força pela estrada que leva ao sítio, prejudicando o trânsito de veículos. "A gente arruma a nossa estrada, que é particular e é de nossa responsabilidade mesmo, mas a prefeitura não faz a parte dela e todo o trabalho que fazemos é perdido porque a água leva embora todo o moledo que colocamos. A gente não dá conta de ajeitar a estrada", queixou-se Andrade.
O aposentado Luís Lopes da Silva mora em uma chácara na Colônia Coroados e também tem muito medo de cruzar a ponte. "Não passo por aqui com frequência, mas quando passo tenho medo. A pessoa está aí, pode cair, morrer. Está perigoso. A prefeitura não faz nenhuma obra aqui."
AVALIAÇÃO
O secretário municipal de Agricultura, João Mendonça, informou que na manhã desta quinta-feira (4) uma equipe da prefeitura deverá interditar o trecho da ponte para fazer a roçagem do mato, avaliar a extensão do dano e definir o tipo de maquinário que deve ser usado para reparar a estrutura. A interdição deve acontecer entre 9 e 12h.
Segundo Mendonça, a prefeitura já tinha conhecimento do problema, mas a obra não foi feita antes em razão das dificuldades financeiras do município. "Havia prioridades por causa das chuvas de 2016 e o tempo foi passando, mas é uma situação muito grave e temos que resolver", reconheceu o secretário, que garantiu que a ponte será consertada ainda nesta semana. "Se o tempo estiver bom, a obra na ponte estará concluída entre dois e três dias."
O trabalho será feito com recursos próprios do município. Além da recuperação da estrutura da ponte, deverão ser substituídas as tubulações de água pluvial, com a colocação de tubos com maior capacidade de escoamento. A estimativa do secretário é que os custos da obra fiquem entre R$ 10 mil e R$ 15 mil.
Sobre o bueiro que provoca o alagamento da pista o secretário também prometeu solução. "Vamos verificar o bueiro e talvez colocar mais tubos, melhorar a dimensão da tubulação já existente par que não ocorram mais alagamentos."