MEIO AMBIENTE Posto é interditado por risco de explosão Vistoria constatou que o auto posto Querência apresenta níveis acima do aceitável de gases nas galerias pluviais José SuassunaDEFESARicardo Helal, dono do posto, discute durante vistoria. ‘‘Estou sofrendo perseguição política da Secretaria de Urbanismo’’ Emerson Cervi De Curitiba Depois de duas tentativas de vistoria e mais de quatro horas de trabalho dos técnicos da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, do Corpo de Bombeiros e do Instituto Ambiental do Paraná (IAP), o auto posto Querência, no bairro Barreirinha, foi interditado ontem por danos ao meio ambiente e riscos à população. Os técnicos constataram níveis acima do aceitável de gases nas galerias de águas pluviais próximas ao posto de gasolina. Técnicos da Comissão de Segurança em Edificações de Imóveis (Cosedi), da Secretaria Municipal de Urbanismo também participaram da vistoria. Para o empresário Ricardo Helal, dono do posto, a interdição foi motivada por uma ação judicial que ele move contra a prefeitura. ‘‘Estou sofrendo perseguição política da Secretaria de Urbanisno’’, reclamou. Segundo um laudo da Secretaria Municipal de Urbanismo, a área construída do posto ficou acima do permitido por lei, por isso não foi concedido alvará de funcionamento. Helal disse que a prefeitura exige a transferência de parte da área do estabelecimento para o município. ‘‘Como estou questionando na Justiça a legalidade dessa exigência, eles me pressionam de todas as maneiras, desde a não emissão do alvará de funcionamento até uma sucessão de multas, passando por fiscalizações irregulares’’, afirmou o empresário, que possui uma rede de dez postos de gasolina em Curitiba. O posto Querência ficará interditado até a conclusão das obras necessárias para o fim dos vazamentos. A diretora da Secretaria de Meio Ambiente, Marilza Vieira Dias, acompanhou o trabalho dos técnicos. Segundo ela, não existe ligação entre a disputa judicial do empresário com a prefeitura e a interdição do posto por danos ao meio ambiente. ‘‘Recebemos uma denúncia de que havia um forte cheiro de gasolina nas proximidades do posto, nestes casos a secretaria faz uma vistoria e, se for constatada a possibilidade de acidente ambiental, o estabelecimento é interditado’’, explicou. ‘‘Esse procedimento é rotineiro e normalmente os empresários auxiliam o trabalho da secretaria porque eles são os principais interessados em evitar acidentes. Só no caso desse cidadão é que encontramos dificuldades para realizar os testes.’’ Quando é constatado vazamento de combustíveis no meio ambiente, o dono de posto é responsabilizado em pagar todos os custos para recuperação ambiental. Helal e dois advogados acompanharam de perto todas as análises e questionaram o equipamento usado. Ele reclamou que o explosímetro (aparelho que mede a concentração de gases) utilizado pelo Corpo de Bombeiros estava irregular. No caso do posto Querência, a denúncia de vazamento partiu de um vizinho, que é funcionário público municipal. ‘‘Isso mostra como há um complô da prefeitura para prejudicar minha empresa’’, disse Helal. Além das análises de concentração de gases nas galerias de águas pluviais, foi coletado material dos postos de monitoramento ambiental, para análises de laboratórios. Dentro de cinco dias o Tecpar deve emitir o laudo oficial sobre a presença de benzeno, xileno e tolueno. Se for confirmada a presença desses elementos, ficará comprovado o vazamento dos tanques de combustíveis para o meio ambiente. A analista Sandra Lenzi, da Secretaria de Meio Ambiente, garante que esse tipo de vistoria é feito periodicamente nos 400 postos de combustíveis de Curitiba. No ano passado, foram interditados cinco postos por vazamento de combustíveis e danos ao meio ambiente. Eles voltaram a funcionar depois das regularizações.

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