É numa das principais esquinas do centro de Londrina que está o novo mocó da cidade. Desativada há cerca de um ano, a estrutura onde funcionava um posto de combustíveis no cruzamento da avenida Celso Garcia Cid com a Jorge Casoni se transformou em abrigo para pessoas em situação de rua e usuários de drogas. No local é possível ver muito lixo acumulado, roupas e cobertores pendurados, além de colchões espalhados pelo pátio e onde ficava um deck.

Comerciantes da região afirmaram que o lugar abandonado passou a ser ocupado de forma intensa há aproximadamente cinco meses. “As pessoas têm medo de passar em frente a este posto. Durante o dia eles dormem, outros ficam abordando as pessoas para pedir dinheiro, sobem em grupo, constrangem pedestres e motoristas. Até nos comércios atrapalha, tem gente que fica com receio de entrar nas empresas”, comentou um homem que trabalha nas proximidades.

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Os relatos ainda são de consumo de drogas durante o dia e a noite. “A questão de a pessoa estar em situação de rua não é um problema. É triste, mas a pessoa tem direito de ficar vagando. O problema é o que está por trás disso e quem explora o estado de dependência, que é a criminalidade, o tráfico. É comum ver pessoa com tornozeleira eletrônica entrando e saindo daí. Além disso, tem traficante que vem a luz do dia vender drogas para eles. Isso aumenta a insegurança nessa região”, elencou um empresário, que também preferiu não ser identificado.

Estabelecimentos do entorno já teriam contabilizado pequenos furtos nos últimos meses, como torneiras de metal. “Está cada dia pior. Moro na região e não temos mais tranquilidade para andar ali. Recentemente fui abordada por um morador de rua dentro do mercado (que fica perto), ele pediu para comprar algumas coisas e quando foi contrariado ficou bravo. Não temos mais segurança de passar nessa esquina, seja a pé ou de carro”, lamentou uma moradora.

PERTO DO CENTRO POP

O mocó fica ao lado de uma igreja evangélica, a um quarteirão do Centro POP, que justamente faz o encaminhamento de moradores de rua para outros serviços, e na via da frente da sede operacional da GM (Guarda Municipal). Na manhã desta quinta-feira (29) a reportagem observou cinco homens dormindo no local.

O número já teria chegado a cerca de 30, mas diminuiu após algumas abordagens de guardas municipais. “Tem mulher, homem, tudo misturado. Eles ficam esparramados pelo centro e depois se reúnem ali. Esse mocó vai interferir nos comércios. Cliente, quando vem na empresa e vê essa situação, não volta mais. Fora isso ele ‘espalha’ esse cenário para outras pessoas e assim vamos perdendo clientes”, disse o trabalhador.

O QUE DIZ A PREFEITURA

A prefeitura informou que “a secretaria de Assistência Social atende por meio dos programas a maioria destas pessoas, porém, grande parte usa drogas e não aceita permanecer nos projetos”. Sobre a invasão do posto, o município destacou que a área é particular e que a secretaria da Fazenda foi acionada para que notifique o proprietário do imóvel. A FOLHA não localizou o dono do espaço.