Poluição das águas é tema de caminhada
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sábado, 19 de fevereiro de 2005
Fernanda Bressan<br> Reportagem Local
Integrantes do Serviço Ambiental Voluntário (Salvo) participaram ontem da I Caminhada Interpretativa pelas margens do Lago Igapó. Eles percorreram toda a extensão do lago, da barragem do Igapó I à rotatória da avenida Castelo Branco, no Igapó IV. O assessor do Núcleo de Recursos Hídricos da Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Sema), João Batista Moreira, foi quem coordenou a atividade. O secretário da Sema, Cleidival Fruzeri, também esteve presente.
João Batista fez mini-palestras durante o percurso, chamando a atenção para o problema da poluição das águas. Ele alertou que toda a sujeira jogada nas ruas e bueiros acaba caindo nas galerias pluviais, indo parar nos lagos. ''Deveríamos colocar nos bueiros a frase: o rio começa aqui'', destacou. Conforme João Batista, a cada chuva forte são retirados materiais sólidos do Igapó suficientes para encher 10 caçambas. Como a maioria dos detritos vai parar no fundo do lago, João Batista estimou que daria para encher mais de 300 caçambas com o entulho espalhado pela bacia hidrogáfica.
Nem só do papel de bala e bituca de cigarro é formada a poluição do lago. O assessor da Sema lembrou que o óleo que vaza dos veículos também escorre para os rios nos dias de chuva. Folhas de árvores, detritos de indústrias e restos de materiais de construção também aparecem. ''Precisamos criar mecanismos para reter esses materiais antes que eles entrem nas águas'', alertou. Sobre o óleo dos automóveis, João Batista apontou que pretende fazer de Londrina a primeira cidade em que as blize controlem também a quantidade de emissão dessa substância poluente. ''Não tem nenhuma legislação que regulamente isso, mas queremos fazer o controle do vazamento do óleo, especialmente de ônibus e caminhões'', afirmou.
O secretário Fruzeri convidou os integrantes do Salvo a participarem ativamente da Secretaria, ajudando a pensar ações e também a auxiliar na execução dos projetos. Ele explicou que o serviço é um braço da Sema em que agentes ambientais voluntários cumprem o papel de multiplicadores da conscientização ambiental. ''O Salvo é o meu disseminador de idéias'', comparou.
Formada em Direito, com especialização na área ambiental, Gerusa Alves, 29 anos, está entre os salvistas e também integra a Sema como assessora jurídica. ''A caminhada é de grande importância porque a questão ambiental é um emaranhado de informações'', disse. Ela contou que o Salvo possui representantes de todas as regiões da cidade e convidou a sociedade a participar mais ativamente, ajudando na preservação ambiental. Periodicamente, a Sema realiza cursos sobre meio ambiente, que atraem novos salvistas.