Policiais militares são presos suspeitos de envolvimento em latrocínios
Gaeco e Corregedoria da PM também cumpriram mandados busca e apreensão e afastamento da função pública em dez cidades
PUBLICAÇÃO
quarta-feira, 26 de julho de 2023
Gaeco e Corregedoria da PM também cumpriram mandados busca e apreensão e afastamento da função pública em dez cidades
Pedro Marconi
Dois policiais militares foram presos – em Londrina e Curitiba - nesta quarta-feira (26) numa operação conjunta do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) com a Corregedoria-Geral da PM (Polícia Militar). Outros cinco militares também foram alvos da “Mar Vermelho”, sendo que um já estava detido desde o começo de julho no âmbito de uma investigação anterior, sobre tráfico de drogas.
Os sete PMs foram afastados das funções, sendo que os cinco que receberam medidas cautelares – com exceção do detido – terão que usar tornozeleira eletrônica. O grupo atuava na Rotam (Rondas Ostensivas Táticas Metropolitana) do 30º Batalhão, que tem sede na zona norte da cidade.
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O MP-PR (Ministério Público do Paraná) e a corregedoria ainda cumpriram três mandados de prisão contra particulares – que não tiveram a área de atuação divulgada -, 28 de busca e apreensão e, no total, 11 medidas de monitoração eletrônica. Os mandados, expedidos pela Vara Criminal de Ibiporã, foram cumpridos em Londrina (cinco), Ibiporã (doze), Jataizinho (um), Curitiba (um), Colombo (três), São José dos Pinhais (um), Jandaia do Sul (um) e Alvorada do Sul (dois), e nos municípios catarinenses de Joinville (um) e Balneário Barra do Sul (um).
A suspeita é de que o oficial, o cadete e os cinco praças, além dos particulares, estariam por trás do cometimento de crimes em Londrina, Ibiporã e Bela Vista do Paraíso, na região metropolitana, incluindo dois latrocínios, que é roubo seguido de morte.
A apuração começou após informações sobre a participação de dois policiais militares na morte de um homem em Jataizinho, em agosto de 2021. Na época, o corpo foi queimado na zona rural da cidade. Segundo o Ministério Público, a vítima integrava a mesma organização criminosa investigada.
O crime teria sido motivado por desentendimentos financeiros entre os criminosos. Integrantes do grupo teriam se apropriado de dinheiro a partir de movimentações bancárias e de bens da vítima durante a execução.
CONFRONTO FORJADO
O outro latrocínio teria acontecido depois que um confronto foi forjado em Ibiporã. O homem assassinado era agiota e a intenção dos policiais militares seria pegar R$ 30 mil que estavam com ele. No entanto, parte do valor não foi encontrado, já que estaria escondido nas roupas íntimas da vítima.
“O que nós temos nesta investigação é uma organização criminosa em que todos participavam de uma forma ou de outra, contribuindo para o cometimento de crimes. Com o cumprimento das medidas e análise do material apreendido teremos condições de identificar a participação, colaboração e o comprometimento de cada um dos envolvidos, sejam agentes públicos ou particulares”, destacou o promotor Jorge Barreto Costa.
INFORMAÇÕES FALSAS
De acordo o coordenador do Gaeco em Londrina, o grupo também é suspeito de crimes de falsidade ideológica, com a inserção de dados falsos em boletins de ocorrência, apropriação indébita qualificada de cargas, como aço, ferro, cobre, etanol e soja, furto qualificado e extorsão agravada. “Num primeiro momento a ideia seria o relato (pelos policiais em boletins) de situações que não ocorreram, como roubos de cargas, o roubo que levou ao latrocínio, confrontos”, elencou.
PROCESSO ADMINISTRATIVO
Os PMs detidos serão encaminhados para o 29º Batalhão, em Piraquara (Região Metropolitana de Curitiba). Todos os miliares alvos da operação desta quarta ainda responderão por processo administrativo disciplinar da corporação. “Esse processo é para que tenham condições de apresentar os argumentos através da ampla defesa e para que nós, após o término deste processo, possamos tomar a decisão (sobre punição)”, afirmou o responsável pelo 2º Comando Regional da Polícia Militar, coronel Jefferson Luiz de Souza.
O comandante frisou que a Corregedoria-Geral da PM tem atuado contra qualquer tipo de conduta criminosa que envolva integrantes da corporação. “Isso é justamente para evitar e combater estes fatos. Foi por meio deste trabalho em conjunto com o Gaeco que houve a deflagração da operação que culminou com a prisão dos policiais militares e as medidas cautelares.”
Atualizada às 13h09
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