Policiais civis aprovam proposta do governo
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segunda-feira, 30 de outubro de 2000
Dimitri do Valle De Curitiba
Policiais civis aprovaram ontem à tarde em assembléia a proposta do governo do Estado que colocou fim a greve de 48 horas encerrada sábado. A categoria decidiu aguardar que os deputados estaduais autorizem em plenário a implantação do Plano de Cargos e Salários. Ele deve ser enviado para a Assembléia Legislativa no dia 25 de novembro em regime de urgência junto com o projeto da Polícia Militar.
Os dois planos prevêem a correção de distorções salariais de 51% na Polícia Civil e de 60% na PM. Caso o governo descumprir o acordo, os policiais civis deliberaram ontem em Curitiba que vão retomar a paralisação. O presidente do Sindicato das Classes Policiais Civis (Sinclapol), Luiz Bordenowsky, aproveitou o encontro para cobrar do governo a imediata desocupação das cadeias dos distritos.
O que mais tememos é que em decorrência da omissão do governo do Estado, podemos perder o controle da situação, como já acontece no Rio de Janeiro e São Paulo, afirmou Bordenowsky. Segundo ele, a morte de um detento no 8º Distrito Policial, no bairro Portão, em Curitiba, foi causada em decorrência da superlotação. Os presos estão fazendo roleta russa com os detentos mais novos porque não há mais espaço para ninguém.
De acordo com números do Sinclapol, cerca de 5 mil detentos estão recolhidos ilegalmente nas delegacias do Estado. Desse total, 800 presos estão nos DPs da Região Metropolitana de Curitiba. Tem que haver uma política de penas alternativas e manter na cadeia só os presos de alta periculosidade, sugeriu. Durante a assembléia, os policiais reforçaram o pedido para a nomeação de 400 novos agentes aprovados em concurso há três anos. Esse efetivo não faz parte dos 870 policiais civis chamados pela Secretaria de Segurança Pública este mês. Não adianta ter só salários, é preciso de efetivo também, declarou Bordenowsky.