Lúcio Flávio Moura
De Londrina
Um misterioso homicídio acontecido há uma semana está mobilizando a Polícia Civil de Quatiguá (63 km ao sul de Jacarezinho) e Joaquim Távora. As duas equipes estão procurando pistas e suspeitos do assassinato do caminhoneiro Lauro Gouveia, cujo corpo foi encontrado por um taxista em uma estrada rural de Joaquim Távora na tarde de sexta-feira.
Gouveia, que tinha 45 anos, era membro de uma tradicional família de políticos de Quatiguá e uma pessoa popular na cidade, onde era proprietário de muitos imóveis alugados. Segundo testemunhas, ele foi visto pela última vez no início da tarde do crime, em uma rua do centro de Quatiguá, negociando com um rapaz moreno-claro, aparentando entre 30 e 35 anos.
O rapaz, um estranho na cidade, estava dirigindo um Golf branco, placa de São Paulo e queria que Gouveia transportasse uma pequena quantidade de fertilizantes até Ibaiti. O caminhoneiro argumentou que era muito pouca carga para o tamanho de seu caminhão – um Mercedes 1519.
Prestativo, Gouveia, apesar da negativa, teria se comprometido a avaliar a quantidade de carga e conseguir outro veículo para o transporte. Depois de almoçar em um restaurante, o homem voltou ao local e teria, junto com o caminhoneiro, saído em alta velocidade em sentido contrário ao combinado. Gouveia foi encontrado com um tiro na cabeça, disparado, provavelmente, à queima-roupa.
Os depoimentos de familiares e testemunhas pouco ajudaram a esclarecer o motivo do crime. Sem exceção, todos disseram que Gouveia era uma pessoa simpática, solidária (todo final de ano doava cestas básicas para famílias pobres) e polida.
No entanto, a polícia descobriu que, em dezembro, ele foi vítima de um atentado em uma rodovia paulista. Boletim de ocorrência da Polícia Civil de Santópolis do Iguapeí relata que a cabine do caminhão foi atingida por dois tiros, disparados de um carro. Gouveia, que não foi ferido no episódio, não teria reconhecido nem o veículo, nem o autor do disparo.