A Polícia Civil também vai investigar o empresário que teve cerca de 200 mil dólares roubados, o equivalente a mais de R$ 1 milhão, na última quinta-feira (31), no aeroporto 14 Bis, na zona norte de Londrina. Os detalhes da investigação foram divulgados nesta segunda-feira (4) pelo delegado responsável pelo caso, Matheus Prado. Ele destacou que a vítima, que estava acompanhado de um funcionário no momento do crime, apresentou inconsistências durante o depoimento.

“Isso aliado ao fato de transportar essa quantia em dinheiro, que, segundo ela, tem nota fiscal. Não podemos descartar a possibilidade de que seja uma transação ilícita. Mas tudo isso será avaliado. Havendo algum indício de crime praticado por essa vítima, ela será responsabilizada. No final das investigações vamos poder chegar à uma conclusão mais precisa”, alertou.

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De acordo com o delegado, o empresário – da área de tecnologia – contou que havia saído do de Salto, no estado de São Paulo, onde mora, e que parou em Ourinhos onde recebeu 202 mil dólares de um cliente por um software que vendeu. “O destino final desta vítima seria a cidade de Foz do Iguaçu (Oeste). Segundo ela, faria compras com sua família em Ciudad del Este, no Paraguai, por isso, veio com essa quantia”, relatou.

Delegado Matheus Prado pediu quebra do sigilo do celular de suspeito morto em confronto
Delegado Matheus Prado pediu quebra do sigilo do celular de suspeito morto em confronto | Foto: Pedro Marconi

Entretanto, o empresário parou em Londrina antes para encontrar outro cliente, que seria do Mato Grosso, mas tem uma empresa em Maringá (Noroeste). “A vítima disse que iriam se encontrar, inicialmente, num escritório de advocacia em Londrina, porém, foi fornecido um segundo endereço, que foi o aeroporto 14 Bis. Ela tinha uma localização em tempo real, fornecida pelo cliente, e adentrou nas dependência do aeroporto.”

Mas ao procurar pelo suposto cliente no 14 Bis, que teria o nome de Luis, ninguém foi encontrado. Na saída, três bandidos apareceram de carro e armados. Dois vestiam roupas com insígnias da Polícia Civil e anunciaram o roubo. “Afirmaram, inclusive, que já sabiam que a vítima estava com dinheiro, porque, nas palavras dele, o crime era ‘letra dada’. Foram subtraídos da vítima 210 mil dólares, sendo 202 mil que trazia de Ourinhos e outros 8 mil que utilizaria para comprar no Paraguai, além de R$ 10 mil, dois aparelhos celulares, notebook e pendrive que continha software que seria entregue para esse cliente”, narrou.

CELULAR APREENDIDO

Um dos suspeitos morreu em confronto com a Polícia Militar na região da estrada da Perobinha, também na zona norte, horas depois do crime. Ele foi identificado como Márcio Rogério de Souza, que tinha passagens por roubo, tráfico de drogas e receptação. “Os demais indivíduos não foram identificados, mas o celular desse indivíduo que morreu foi apreendido e já foi solicitada a quebra de sigilo de dados. Provavelmente vamos encontrar informações a respeito da identificação dos demais coautores do crime”, explicou.

LOCAL SEM CÂMERAS

O suposto cliente que marcou o encontro ainda não foi localizado. “Ao que tudo indica, ele é o mentor desse fato. Nós temos um suposto telefone celular dele. Ao que tudo indica esses criminosos já tinham ciência de que a vítima estava na posse desse recurso”, frisou. “Trata-se de um local que não tem câmeras de segurança, fica numa rodovia, não existem imóveis nas proximidades com câmeras que pudessem contribuir nas investigações, ninguém presenciou o fato. São agravantes para a investigação”, ponderou.

Segundo o delegado, o empresário ainda argumentou que iria depositar os 202 mil dólares num banco que tem conta em Foz do Iguaçu. “Ele afirmou que normalmente recebe esses pagamentos em espécie por questões tributárias.”

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