A Polícia Civil está investigando um buffet de Londrina após diversas denúncias de golpe envolvendo noivos. A assessoria da corporação informou que ainda estão sendo apurados quantos boletins de ocorrência foram registrados e também realizadas diligências para verificar o que houve. O delegado que cuida do caso preferiu não gravar entrevista. A reportagem apurou que mais de 50 casais se dizem lesados pela empresa, com sede na zona leste da cidade. O prejuízo, somado, seria superior a R$ 260 mil.

De acordo com as vítimas, o buffet não cumpriu com o contrato, deixando de alugar espaços para as festas e “sumindo” às vésperas de diversos casamentos. Tudo isso com parte dos valores feitos ou até mesmo com o pagamento integral dos serviços. A empresa cobrava por convidado e ofertava doces, decoração, jantar, cerimônia, assessoria e até DJ. Fornecedores também estariam tentando receber, porém, não estão conseguindo.

A autônoma Liadne Ribeiro havia fechado com o buffet em janeiro do ano passado para o casamento que aconteceria no final de abril. Ela conta que ficou sabendo nesta semana sobre a suposta falência da empresa, que não deu explicações ou avisos prévios. “As propostas eram tentadoras, sempre tinham descontos altos. A empresa tinha mais de 12 anos, conheço gente que fez casamento com ela, olhamos o CNPJ e estava ativo. Não parecia ser um golpe dessa magnitude.”

A noiva relatou que desde janeiro deste ano já enfrentava dificuldade para manter contato com representantes da empresa. Na última tentativa, em que queria marcar uma degustação final da festa, ficou sem resposta. “É um sonho perdido. Era um dia que idealizávamos, tem o vestido, o dia em si, dia da noiva. É um valor sentimental impagável”, lamentou. Liadne já havia repassado cerca de R$ 10 mil.

Em uma outra situação, os noivos iriam oficializar a união neste sábado (19), porém, ficaram sabendo na terça (15) que o salão não tinha sido locado e nem a data do espaço agendada. “Queremos, no mínimo, uma explicação honesta. Não queremos que eles continuem trabalhando nesse ramo. A gente não quer que isso aconteça com outras pessoas. Pedimos o que está acordado em contrato, que é o valor pago integral, acrescido de 20% de multa e danos, isso é contratual”, frisou.

ENCERRANDO ATIVIDADES

A FOLHA tentou contato com o buffet Celebre, telefonando para uma das representantes, entretanto, as ligações caíram na caixa postal. Numa conta criada recentemente nas redes sociais, o buffet fez uma publicação em que alega que “pela intercorrência da pandemia dos últimos anos e atual inflação que desmoronou qualquer chance, apesar de várias tentativas de resgate da empresa como utilização de recursos próprios e de familiares, a mesma não possui recursos para continuar em funcionamento. Na mesma postagem, afirma que “está encerrando as atividades” e que vai “procurar a melhor maneira judicial para o momento atual e os devidos ressarcimentos.”

A defesa do buffet garantiu que a empresa não aplicou golpe e o que houve foi um momento de dificuldade, que fez com que ela não conseguisse honrar os compromissos. O advogado ainda afirmou que os representantes do buffet têm interesse em abrir negociação com os clientes para ressarcir os valores.

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