A investigação do ataque no colégio estadual Professora Helena Kolody identificou diversas mensagens e postagens graves do atirador, de 21 anos, e do mentor intelectual do crime, o rapaz de 18 anos, de Pernambuco. “Eles trocavam bastante ideia a respeito de cometer maldades contra animais, por exemplo. Inclusive, formavam grupos em que as perversidades (no geral) os transformavam em líderes nessas comunidades. Poderiam até ganhar dinheiro (de outras pessoas, caso fizessem os atos)”, alertou o delegado de Cambé, Paulo Henrique Costa.

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Nas redes sociais, a Polícia Civil também se deparou com grupos reunindo outros adolescentes relatando situações de bullying, em que falavam sobre atos extremos. “Essas pessoas trocavam experiências. Verificamos que nesse submundo da internet era tratado sobre mortes, homicídios, ataques, veneração a outros ataques e outros autores de ataques. Isso além dos aplicativos que estão à nossa disposição, mas também na deep web. É um submundo perverso.”

Costa afirmou que o próprio assassino tinha comportamentos distintos junto à família e na internet. “Ele trabalhava com o pai no campo, mas paralelamente mantinha essa outra postura. É como se fosse uma vida real e outra virtual”, definiu.

Na avaliação do delegado-chefe da 10ª Subdivisão Policial de Londrina, além das famílias ficarem atentas sobre o que os filhos fazem nas redes sociais, ações de curto, médio e longo prazo precisam ser adotadas pela sociedade. “As pessoas só pensam em levantar muros e colocar uma viatura na porta de cada escola, mas isso é inviável por questões financeiras e técnicas. As escolas não podem ser pensadas como presídios, até porque muitos dos agressores são os próprios alunos. É um tema complexo e difícil de lidar”, advertiu Fernando Amarantino Ribeiro.

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