Polícia identifica falsificador de CDs
PUBLICAÇÃO
quarta-feira, 16 de setembro de 1998
Marcos Zanatta
A Polícia Federal apreendeu ontem em Maringá grande quantidade de fitas cassete e CDs piratas em 10 empresas e residências que pertencem ou têm alguma ligação com o empresário Eder Carlos Furlan, que foi preso em flagrante. A operação contou com a participação de 65 policiais das superintendências do Paraná e Santa Catarina. Até o final da tarde a polícia ainda não havia concluído o trabalho de apreensão, mas segundo o superintendente da PF em Santa Catarina, Aroldo Boschetti Soster, tudo indica que Furlan era fornecedor de fitas para cópias piratas.
Além de fitas e discos, foram recolhidas máquinas para reprodução de cassete e CDs, uma motoneta e um grande volume de isqueiros. Até o final da tarde a polícia estava também recolhendo toda contabilidade de duas empresas de Furlan, a Max Fitas Comércio e Importação, e a Cymona, concessionária Yamaha em Maringá. Pelo menos 800 clientes das empresas de Furlan foram listados pela PF e serão investigados. Junto com os documentos apreendidos, revelou Soster, foram localizados talões de notas fiscais com apenas uma via, com nome de empresas fantasmas e endereços de outros estados.
A operação de ontem começou a ser montada em dezembro do ano passado, quando a Polícia Federal prendeu vários responsáveis pela reprodução ilegal de fitas cassete em Maringá. No início do ano, a PF de Santa Catarina apreendeu grande quantidade de CDs piratas, que seriam distribuídos na região de Maringá. A maior parte dos presos apontavam Eder Furlan como responsável ou com ligações no esquema de pirataria, contou Soster. Furlan não foi encontrado na cidade, mas foi incidiado em 12 inquéritos e autuado em R$ 1 milhão pela Receita Estadual.
Em março passado, a polícia confirmou que a pirataria voltou a ser praticada em larga escala na região, e passou a intensificar os trabalhos para chegar até Furlan. De onde quer que investigássemos, Maringá sempre aparecia como ponto principal da pirataria, revelou o superintendente. Por enquanto, segundo Soster, Furlan pode responder por violação do direito autoral, falsificação de documentos, uso de documentos falsos, contrabando e formação de quadrilha ou bando. Podem surgir outros agravantes, deixou claro. Todos os crimes são afiançáveis e, se a Justiça decidir, Furlan poderá responder em liberdade.
Ontem auditores e fiscais das receitas Federal e Estadual de Maringá já estavam nas empresas de Furlan. Nosso objetivo é acabar com o crime organizado, não interessa o volume de produto que vai ilegalmente para o mercado, afirmou Soster. Ele alegou que o empresário legalmente estabelecido está sofrendo concorrência desleal por parte dos pirateiros, e a intenção é acabar com esse mercado paralelo. A Polícia Federal vai agora investigar todos os documentos das empresas de Furlan para identificar as ramificações da pirataria.

