A Polícia Federal apreendeu ontem em Maringá grande quantidade de fitas cassete e CDs piratas em 10 empresas e residências que pertencem ou têm alguma ligação com o empresário Eder Carlos Furlan, que foi preso em flagrante. A operação contou com a participação de 65 policiais das superintendências do Paraná e Santa Catarina. Até o final da tarde a polícia ainda não havia concluído o trabalho de apreensão, mas segundo o superintendente da PF em Santa Catarina, Aroldo Boschetti Soster, tudo indica que Furlan era fornecedor de fitas para cópias piratas.
Além de fitas e discos, foram recolhidas máquinas para reprodução de cassete e CDs, uma motoneta e um grande volume de isqueiros. Até o final da tarde a polícia estava também recolhendo toda contabilidade de duas empresas de Furlan, a Max Fitas Comércio e Importação, e a Cymona, concessionária Yamaha em Maringá. Pelo menos 800 clientes das empresas de Furlan foram listados pela PF e serão investigados. Junto com os documentos apreendidos, revelou Soster, foram localizados talões de notas fiscais com apenas uma via, com nome de empresas fantasmas e endereços de outros estados.
A operação de ontem começou a ser montada em dezembro do ano passado, quando a Polícia Federal prendeu vários responsáveis pela reprodução ilegal de fitas cassete em Maringá. No início do ano, a PF de Santa Catarina apreendeu grande quantidade de CDs piratas, que seriam distribuídos na região de Maringá. ‘‘A maior parte dos presos apontavam Eder Furlan como responsável ou com ligações no esquema de pirataria’’, contou Soster. Furlan não foi encontrado na cidade, mas foi incidiado em 12 inquéritos e autuado em R$ 1 milhão pela Receita Estadual.
Em março passado, a polícia confirmou que a pirataria voltou a ser praticada em larga escala na região, e passou a intensificar os trabalhos para chegar até Furlan. ‘‘De onde quer que investigássemos, Maringá sempre aparecia como ponto principal da pirataria’’, revelou o superintendente. Por enquanto, segundo Soster, Furlan pode responder por violação do direito autoral, falsificação de documentos, uso de documentos falsos, contrabando e formação de quadrilha ou bando. ‘‘Podem surgir outros agravantes’’, deixou claro. Todos os crimes são afiançáveis e, se a Justiça decidir, Furlan poderá responder em liberdade.
Ontem auditores e fiscais das receitas Federal e Estadual de Maringá já estavam nas empresas de Furlan. ‘‘Nosso objetivo é acabar com o crime organizado, não interessa o volume de produto que vai ilegalmente para o mercado’’, afirmou Soster. Ele alegou que o empresário legalmente estabelecido está sofrendo concorrência desleal por parte dos pirateiros, e a intenção é acabar com esse mercado paralelo. A Polícia Federal vai agora investigar todos os documentos das empresas de Furlan para identificar as ramificações da pirataria.

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